A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 17, a Operação Efeito Cascata, voltada à repressão do crime organizado, tráfico transnacional de drogas e lavagem de dinheiro. Os policiais cumpriram 29 mandados de prisão preventiva, 34 mandados de busca e apreensão, ordens de bloqueio de ativos financeiros de R$500 milhões, bloqueio de veículos e sequestro de, pelo menos, 18 imóveis com valor estimado superior a R$25 milhões.
Também foi determinada a suspensão da atividade econômica de um contador e 19 empresas, com ordem de lacração dos estabelecimentos. As diligências foram realizadas em São Paulo, Baixada Santista, Rio de Janeiro, Maringá e Várzea Grande.
A investigação começou em julho de 2020 e deu ensejo à apreensão de 7.736 Kg de cocaína em dez eventos, nos estados de Sergipe, São Paulo, Mato Grosso e Rio de Janeiro, além de 28 veículos (caminhões, semirreboques e automóveis). Ao todo, 21 pessoas foram presas em flagrante por crime de tráfico de drogas no período da investigação.
No curso dos trabalhos investigativos também foi possível identificar movimentações bancárias milionárias.
A organização criminosa atuava no transporte rodoviário de cargas de droga em meio a mercadorias lícitas. Da fronteira boliviana, as drogas seguiam em compartimentos ocultos de caminhões até São Paulo e Rio de Janeiro, de onde eram transportadas em veículos utilitários para regiões portuárias, notadamente Santos/SP e Itaguaí/RJ, visando posterior embarque em navios para a Europa.
Uma carga de 1.200 Kg de cocaína apreendida na Bélgica em dezembro de 2020, oculta em bags de cimento, também está sendo investigada.
Dentre as apreensões, destacam-se 652 Kg de cocaína localizados em Comodoro/MT, próximo à fronteira boliviana, em setembro de 2020; 2.466 Kg de cocaína em Duque de Caxias/RJ, em dezembro de 2020; e 641 Kg de cocaína em Itaguaí/RJ, em setembro de 2021, em meio a uma carga de mangas.
A Receita Federal, com autorização da Justiça, contribuiu para a investigação, compartilhando informações em tempo real sobre empresas, cargas, itinerários, contêineres e movimentação portuária. Também foi solicitada cooperação jurídica internacional.
Os presos ficarão à disposição da Justiça Federal de São Paulo. Eles serão indiciados pelos crimes de organização criminosa, tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. As penas cominadas podem ultrapassar 59 anos de reclusão. A PF não divulgou os nomes das empresas lacradas.
Fonte: O Dia na Cidade