Mortes nas rodovias federais do Paraná têm alta de 8,2%

O Maringá

Crédito: Arquivo/Ag. PRF

Em números, os registros de sinistros nas rodovias federais do Paraná registraram alta em 2024, conforme balanço divulgado nesta quinta-feira, 16 janeiro, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Ao longo dos quase 4 mil quilômetros de estradas federais no Estado, no ano passado foram 7.302 sinistros, resultando em 8.372 feridos e 605 mortos. Esses números são maiores do que os registrados em 2023, quando 6.827 sinistros resultaram em 7.804 feridos e 559 mortos.

Proporcionalmente, existe um aumento maior no número de mortos, com 8,2% de alta, demonstrando uma maior gravidade nos sinistros. Ao todo, contabilizando feridos e ilesos, 18.076 pessoas se envolveram em sinistros registrados pela PRF no Paraná.

“A alta nas mortes é puxada, principalmente, por dois tipos de acidentes: as colisões frontais e os atropelamentos de pedestres, com aumentos de 19,8% e 13,3%, respectivamente”, diz a Ag. PRF.

A colisão frontal segue como o tipo de sinistro com mais mortes. Apesar de representar apenas 6,3% do total de sinistros, foi responsável por 181 mortes, cerca de 30% do total. Esse tipo de colisão ocorre, principalmente, devido a ultrapassagens proibidas ou malsucedidas, e ao excesso de velocidade. Em 2023, quando já eram uma preocupação, as colisões frontais foram responsáveis por 151 mortes, 27% do total. Entretanto, a participação no total de acidentes era praticamente a mesma de 2024, com 6,4% das ocorrências. Desta forma, o aumento dos números de óbitos revela um aumento na gravidade deste tipo de sinistro, que passou a causar mais mortes.

Assim como acontece nas colisões frontais, os sinistros de atropelamentos de pedestres geram muitos óbitos em desproporção com a quantidade de sinistros. Correspondendo a apenas 4,3% dos sinistros, com 312 registros, os atropelamentos respondem por 16% dos óbitos (97 pedestres mortos). Do total de atropelamentos, um terço resultou em morte, despertando ainda mais atenção para este grave problema, demonstrando a fragilidade dos pedestres no trânsito.

Os atropelamentos guardam uma relação direta com a falta de luminosidade natural. Oito em cada dez mortes de pedestres (79 de 97) ocorreram à noite ou em horários propícios ao ofuscamento da visão, como o amanhecer e o anoitecer. Dos 212 atropelamentos que ocorreram nesses horários, 189 foram em locais sem iluminação artificial.

“As causas das ocorrências geralmente são multifatoriais, envolvem mais de uma causa ao mesmo tempo. E a redução dos índices de violência no trânsito brasileiro não depende apenas da polícia”, afirma o superintendente da PRF Paraná Fernando César Oliveira, via Ag. PRF.

Rodovias de pistas simples
Mais da metade das mortes (54%) continuam ocorrendo em rodovias de pista simples, onde as ultrapassagens são realizadas na contramão de direção. Essa configuração de via exige atenção redobrada dos condutores, devido ao aumento do risco de colisões frontais, que ampliam a energia dos impactos.

A PRF registra sinistros que resultem em lesões ou mortes, danos ambientais, vazamentos de produtos perigosos ou outras implicações jurídicas, como a presença de motoristas alcoolizados ou inabilitados.

Homens seguem como o grupo de maior risco no trânsito, representando 81% dos óbitos. A faixa etária de maior incidência de mortes foi a de 30 a 39 anos, com 121 óbitos, representando 20% do total. Entretanto, a faixa de 20 a 29 é a que mais se envolve em sinistros, representando 22% do total. O tipo de veículo mais ocupado pelos mortos foi o automóvel (264 mortos) e as motocicletas ficaram com a segunda posição, com 119 registros de óbitos de ocupantes destes veículos.

Nomenclatura
A palavra “sinistros” substitui acidentes após atualização da nomenclatura pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) da NBR 10697, em 2020, com adoção pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), no ano passado. A mudança considera fatores técnicos e busca também uma mudança de percepção, pois a expressão acidentes sinalizaria para eventos inevitáveis e imprevisíveis.

“O termo sinistro, além de mais correto tecnicamente, pretende deixar claro que os sinistros poderiam ser evitados, assim como as mortes e lesões decorrentes que eles causam”, diz a Ag. PRF.

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