Polícia está atenta a um ‘novo’ tipo de droga na região: a K4 – maconha sintética

A droga é facilmente escondida por traficantes, tem uma alta concentração de entorpecentes e pode levar a morte

O Maringá

Droga se assemelha a uma folha de papel e tem sido apreendida com frequência. CRÉDITO: Governo de SP

A Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) tem se deparado com uma droga relativamente nova nas operações deflagradas na região de Maringá. A K4 ou maconha sintética. A droga tem formato de papel e não possui forte odor característico da maconha. Na mais recente operação, deflagrada na última quinta-feira, 14, os policiais localizaram, mais uma vez, o entorpecente, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de um traficante em Nova Esperança.

Para a polícia, a principal dificuldade em localizar esse tipo de entorpecente está nos ‘esconderijos’ usados pelos criminosos. “Essa droga tem entrado em cadeias com cada vez mais frequência. Se passa por um papel de carta ou escondido em rolos de papel higiênico. Temos preparado cada vez mais a nossa equipe para identificar e localizar esse tipo de maconha”, explicou o delegado Leandro Roque Munin.

Outra ‘novidade’ dessa droga é a forma de consumo. Semelhante a outras drogas sintéticas, como ecstasy e LSD, ela pode ser destacada em pequenos e quase imperceptíveis fragmentos colocados, geralmente, embaixo da língua. “Ela não deixa aquele odor característico da maconha mas tem uma alta concentração da droga e os efeitos são perigosos”, completou o delegado.

Droga fatal

A nova droga foi descoberta pelas autoridades policiais no Brasil há três anos. Ao longo de 2021, as apreensões ocorreram com mais frequência. Os primeiros relatos de apreensões ocorreram em presídios do estado de São Paulo e também no Rio Grande do Sul. Em pouco tempo, começaram os estudos em torno da dependência e dos efeitos que esse tipo de entorpecente pode causar no organismo.

Após as primeiras apreensões no Rio Grande do Sul, o Departamento de Perícias Laboratoriais do Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Estado divulgou algumas informações importantes sobre a droga. De acordo com Daniel Scolmeister, diretor do órgão, os riscos à saúde são vários com o consumo dessa droga.

“Além de serem mais potentes que a maconha, os canabinoides sintéticos produzem efeitos cardiovasculares adversos mais severos e pronunciados. Já existem na literatura internacional casos de intoxicação relatando estado mental alterado, aumento da ansiedade, euforia, perda de consciência e taquicardia significativa, o que pode levar à morte. As pessoas podem pensar que por serem chamadas de maconha falsa (fake weed) essas substâncias têm os mesmos efeitos que a maconha comum, mas estão enganadas”, afirma Scolmeister.

A Polícia Federal também desenvolveu um estudo em torno do entorpecente com o objetivo de identificar e prender criminosos que traficam a droga para o Brasil.

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