O relacionamento ainda não tinha acabado e ele se sentiu traído, justifica sargento que matou mulher a facadas

sargento que matou mulher a facadas

Sargento Haroldo Cruz prestou o primeiro depoimento, mas será ouvido outras vezes Foto: Reprodução

O sargento aposentado da Polícia Militar Haroldo Augusto da Cruz, que na madrugada do dia 2 matou sua ex-mulher Viviane Aparecida Castro Furlan com mais de 10 facadas, depois de invadir a casa em que ela dormia com a filha de 12 anos, no Jardim Tropical, em Marialva, deixou o hospital nesta terça-feira, 16, e prestou o primeiro depoimento à Polícia Civil.

Cruz estava internado no Hospital Universitário de Cascavel desde terça-feira, 9, quando tentou suicídio esfaqueando o próprio corpo no momento em que seu esconderijo, na casa de um amigo, em Formosa do Oeste, foi descoberto pela polícia.

Levado para a delegacia, o sargento que cometeu o primeiro feminicídio do ano no Paraná, confessou o crime, mas se justificou tentando jogar a responsabilidade do fato para a mulher com quem viveu 15 e com quem tem uma filha de 12 anos. Ele alegou que o relacionamento com a Viviane ainda não havia acabado e, por isso, ele estava sendo traído.

O delegado de Marialva, Aldair Silva Oliveira, disse que esse tipo de justificativa, jogando a responsabilidade para a vítima, é comum entre homens que matam mulheres. Eles se sentem proprietários e não aceitam que suas companheiras, mesmo após o fim do relacionamento, assumam o controle sobre suas vidas.

Denúncia do MP tem quatro qualificadoras

O sargento Haroldo Cruz foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná nesta segunda-feira, 15. Pelos fatos, a 1ª Promotoria de Justiça de Marialva sustentou a ocorrência de quatro qualificadoras para o crime de homicídio

  1. feminicídio,
  2. uso de meio cruel,
  3. recurso que dificultou a defesa da vítima, e
  4. motivo fútil

O MP apresentou também duas causas de aumento de pena: o fato de o crime ter sido praticando na presença da filha do casal e pelo descumprimento de medida protetiva que a vítima mantinha contra o autor.

No caso da tentativa de homicídio, praticada contra a filha adolescente, foi apontada a qualificadora de ser cometida contra menor de 14 anos e com causa de aumento de pena por ser a vítima a própria filha.

Relembre o crime da madrugada de 2 de janeiro em Marialva, em que o sargento que matou mulher a facadas invade a casa da ex-companheira e a mata na frente da frente da filha do casal por não aceitar o fim do relacionamento – AQUI

 

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