Em Maringá, o secretário da Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira, e representantes das forças de segurança do Estado se reuniram na tarde desta quarta-feira, 14 de agosto, na Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) para intercâmbio de informações e pôr em prática ações contra a criminalidade.
O secretário vem percorrendo as principais regiões paranaenses, em encontros com delegados, comandantes, policiais etc. Ele já passou por Curitiba e Região Metropolitana, Litoral, Londrina e Norte; agora Maringá e Noroeste; depois, Centro do Estado, em cidades como Guarapuava e Ponta Grossa.
Trata-se da segunda etapa da Operação Vida Cidade Segura, com análise de dados regionais, verificando os municípios com o maior número de homicídios, desde 2023; e agora em 2024.
“Tivemos reduções significativas graças ao empenho de toda equipe. Mas agora estamos atuando de forma mais incisiva nos municípios com mais de cinco homicídios, comparando-se com o semestre passado”, afirmou Teixeira, durante coletiva de imprensa na Acim.
A ideia é apresentar as boas práticas no combate ao crime, para que o planejamento de um município sirva de espelho para outros. É o caso, por exemplo, de Umuarama, que registrou redução de 80% nos homicídios. O comandante e o delegado dessa cidade podem mostrar como conseguiram esse resultado.
Em Londrina, outro caso, a queda foi de 50%. Segundo o secretário, o que deu certo nessa localidade foi o mapeamento do índice de tráfico de drogas para a realização de operações ostensivas. Geralmente, 70% dos crimes de homicídios estão relacionados ao comércio ilegal de drogas.
Já Maringá vinha numa crescente; mas operações fizeram com que durante dois meses não houvesse mais homicídios, na avaliação do secretário. “Agora, faremos uma nova avaliação. Ainda não está dentro do que a gente gostaria que estivesse. Só que no ano de 2023 os números foram muito baixos de homicídios, graças a todo empenho do pessoal. E aqui, em Maringá, houve um aumento. Em algumas regiões, também ocorreu isso. Por guerras de facções, por tráfico de drogas, enfim, estamos analisando para reduzir ainda mais”, afirmou o coronel.
Cada um sabe onde tem que atuar
Com a troca de informações, a partir de agora os índices são conhecidos e se sabe onde está o problema, a necessidade de equipamentos.
“Cada um sabe onde tem que atuar, de que forma tem que atuar. Os comandantes sabem onde têm de mandar mais efetivo”, disse o secretário, apontando que o problema da criminalidade está relacionado a 10% das cidades paranaenses. Quase 200 municípios ficaram sem homicídio no ano. Ou seja, para o titular da pasta estadual é preciso focar os esforços nesse contingente, principalmente porque, com a atuação incisiva nos grandes centros, os bandidos costumam migrar para as localidades menores.
Disque Denúncia com recompensa
Durante a conversa com a imprensa, o secretário de Segurança antecipou que existe planejamento de criar um Disque Denúncia com recompensa, ou seja, fazer o pagamento para incentivar as pessoas a denunciaram os crimes de homicídios, de estupro, feminicídio, entre outros. É uma ideia que já foi estudada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp) e também se baseou na realidade de outros Estados.
Segundo Teixeira, foi feita uma reunião com a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) e a comissão de segurança. O passo seguinte é apresentar ao governador Ratinho Junior uma minuta de projeto de lei, para que a Alep faça virar lei.
“Com esse pagamento de recompensa, que garante o anonimato ao denunciante, a gente pretende diminuir ainda mais o número de homicídios no Estado do Paraná”, resume o secretário.