Depois de 12 horas com dois reféns em Ivaté e cercado por 100 policiais, suspeito de matar o cabo Garozi se rende

Ele tinha medo de ser morto pela polícia e agora teme ser colocado em ala de presos que tenha gente do PCC

Ivaté

Maycon de Souza Morette tem longa ficha policial, já cumpriu pena e tem mandados de prisão em aberto Foto: Polícia Penal

Terminou sem tiros e sem pessoas feridas a negociação com o fugitivo da Justiça que passou mais de 12 horas com dois reféns nesta sexta-feira, 22, em uma vila rural de Ivaté, município da região de Umuarama. Cercado por cerca de 100 policiais, o homem se entregou depois de conseguir garantia de que não seria colocado em presídio junto com integrantes do PCC. Ele era o último dos cinco envolvidos no confronto com a Polícia Militar que resultou na morte do cabo Reinaldo José Garozi, domingo a noite em Cianorte.

Maycon de Souza Morette, de 35 anos, tem longo histórico de crimes, já cumpriu pena e tem três mandados de prisão em aberto.

Dos cinco envolvidos no tiroteio, um foi preso domingo à noite em Cianorte, Maycon se entregou nesta sexta-feira e os outros três morreram ao enfrentar a PM em dois momentos.

O cerco montado em Ivaté contou com equipes de Umuarama, Maringá, Curitiba , Campo Mourão, Paranavaí e Cruzeiro do Oeste. O Bope (Batalhão de Operações de Fronteira) também foi acionado ao local e um helicóptero prestou auxílio aos policiais.

A mobilização teve início na quinta-feira, quando a polícia foi informada sobre a presença do fugitivo em áreas de matas de Ivaté. Um cerco na região foi iniciado e durante a madrugada a polícia usou um drone com sensor térmico, que apontou onde estava o suspeito.

O cerco foi fechado, mas o bandido invadiu uma casa da vila rural e fez dois reféns, um idoso de 65 anos e adolescente de 16 anos.

Para preservar a segurança dos reféns, o caso passou a ser administrado por equipes com experiência em crises, incluindo equipes especializadas da PM do Paraná e negociadores. O secretário de Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira, e o comandante do 3º Comando Regional da Polícia Militar, coronel Ademar Paschoal, participaram diretamente das negociações.

Policiais de todos os grupamentos do noroeste participaram do cerco            Foto: Danilo Martins/O Bemdito

A advogada Gabriela Lólia Damaceno, de Curitiba, foi acionada por telefone por Maycon por volta das 4 horas da madrugada e acabou participando das negociações com a polícia. Segundo ela, o fugitivo estava com medo de ser morto pela polícia como retalização à morte do sargento Garozi, em Cianorte, e que ele queria se entregar, mas pedia para não ser colocado em prisão junto com integrantes do PCC ou suas facções. Ele é jurado de morte pelo grupo que comanda o crime de dentro das penitenciárias.

Por volta das 16 horas desta sexta-feira o rapaz liberou os dois reféns e se entregou. O marginal e os dois reféns foram encaminhados para atendimento médico e posteriormente o suspeito foi apresentado na Delegacia de Polícia Civil e possivelmente neste fim de semana ele seja conduzido para a Penitenciária Estadual de Maringá (PEM).

A polícia apreendeu no local uma pistola Glock modelo G-17 e 50 munições calibre 9mm. É possível que trate-se da mesma arma que provocou a morte do Cabo Garozi domingo em Cianorte.

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