O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) marcou para dia 16 de novembro o depoimento por videoconferência do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) no processo que pode levar à cassação do seu mandato. Na mesma audiência serão ouvidos o deputado federal cassado Deltan Dellagnol, o advogado Luis Felipe Cunha e o empresário Ricardo Augusto Guerra, suplentes do senador.
Moro enfrenta duas ações na Justiça Eleitoral, que o acusam de abuso de poder econômico, abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação na campanha ao Senado.
Um dos processos é movido pelo diretório do PL do Paraná, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Moro se aliou na campanha de 2022 contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles estavam rompidos desde que o ex-juiz deixou o cargo de ministro da Justiça acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal para blindar aliados de investigações. A segunda ação é movida pela Federação Brasil da Esperança, formada pelo PT, PCdoB e PV.
Sérgio Moro também está na mira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em fevereiro, o ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional do CNJ, mandou investigar Moro. Ele é suspeito de atuação “político-partidária” e de ter repassado R$ 2 bilhões à Petrobras no âmbito de acordos de leniência firmados pelas empresas investigadas pela operação Lava Jato. Uma das punições possíveis para Moro no caso é a inelegibilidade. É um processo parecido com o que cassou o mandato e os direitos políticos do deputado federal Deltan Dellagnol, ex-procurador da Lava Jato.