Fim da linha para Cris Lauer: de vereadora mais bem votada a primeira vereadora cassada da história de Maringá

Cris Lauer e a primeira vereadora a ter mandato cassado pela Câmara na história de Maringá

Acostumada a ofender seus colegas vereadores, Cris Lauer não teve apoio para salvar o mandato Foto: Marquinhos Oliveira

De vereadora mais bem votada da história de Maringá a primeira vereadora a ter o mandato cassado pela Câmara na história. Assim terminou na tarde desta quarta-feira, 27, a história política de Cris Lauer (Novo), que em quatro anos e meio de mandatos não conseguiu fazer sequer um aliado e ainda transformou em ‘inimigos’ todos os vereadores com quem poderia ter uma convivência pacífica. Por 20 votos a 2, a Câmara Municipal de Maringá cassou o mandato de Lauer por improbidade administrativa – enriquecimento ilícito.

Certa de que estava vivendo seus últimos momentos como vereadora, Lauer não compareceu à sessão para apresentar sua versão dos fatos de que era acusada, nem tentou convencer algum vereador. Também o advogado que deveria fazer sua defesa não compareceu e nem fez a defesa via internet, como chegou a ser aventado.

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Apenas o correligionário Daniel Malvezzi e Giselli Bianchini (PP) votaram para poupar o mandato de Lauer. Todos os outros 20 seguiram o voto do relator da Comissão Processante, Sidnei Telles (Podemos).

 

Honorários pagos com dinheiro público

A cassação de Cris Lauer foi feita a partir de uma representação do advogado Kim Rafael Serena Antunes, na condição de cidadão maringaense, depois da condenação da vereadora com base em denúncia da Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público. A vereadora foi condenada por usar os trabalhos de seu então chefe de Gabinete, que é advogado, em processos contra ela fora da câmara, porém os honorários corriam por conta do salário recebido no Gabinete.

A ação de Serena Antunes não foi recebida pela Mesa Diretora da Câmara, porém o cidadão recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde a Primeira Turma, por unanimidade, ratificou o pedido no decreto-lei 201/1967.

Nos últimos dias, a Comissão Processante instituída na Câmara ouviu testemunhas. Também nos últimos dias, a vereadora que era julgada descarregou ofensas e mais ofensas contra vereadores em suas redes sociais, principalmente contra Sidnei Telles, relator da Comissão Processante. Porém, por orientação do próprio relator, os vereadores votaram para absolver Cris Lauer das acusações de quebra do decoro ao ofender seus colegas de Legislativo.

 

Hora de pacificação

Com a cassação da vereadora mais bem votada da história da cidade, com 7.531 votos, assumirá sua cadeira o primeiro suplente do Novo, professor José Carlos Pacífico, que obteve 1.612 votos nas eleições de outubro do ano passado. Sua posse depende de aprovação pela Justiça Eleitoral e, depois, de convocação pela Mesa Diretora da Câmara.

 

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