Em nota, Carlos Augusto Ferreira aponta falha em evidência da investigação

Carlos Augusto Ferreira (Crédito: Reprodução/Redes sociais)

Envolvido nas investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Mafiusi, que apura lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas em larga escala, Carlos Augusto Ferreira, agora licenciado da Secretaria de Fazenda da prefeitura de Maringá, emitiu na manhã deste sábado, 18 outubro, uma “Nota de Esclarecimento”.

No texto, Carlos Augusto diz que foi surpreendido ao ser alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito de uma investigação. Assim, se “recolheu para avaliar com cautela toda a documentação a que teve acesso, especialmente o que foi divulgado pela imprensa”.

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Durante essa análise, ainda na Nota, Carlos Augusto identificou uma falha grave: “a principal evidência mencionada na investigação são prints de uma suposta conversa entre ele e um operador financeiro ligado ao tráfico internacional. No entanto, nesses registros é possível observar o nome e o número de telefone de uma terceira pessoa — ‘Carlao Carlos Pim Banc’ (+1 786 337-1938, dos Estados Unidos) — que, na realidade, é o senhor Carlos de La Cruz Hyppolito, sócio do Pinbank Brasil”.

O texto da Nota conclui que se trata de outra pessoa. “Carlos Augusto Ferreira reitera que não tem qualquer ligação com o fato investigado. Munido dessas informações, comunicou a Defesa e o Ministério Público para as devidas providências”.

Nota de Esclarecimento na íntegra

“Depois de ser surpreendido ao ser alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito de uma investigação, se recolheu para avaliar com cautela toda a documentação a que teve acesso, especialmente o que foi divulgado pela imprensa.

“Durante essa análise, identificou uma falha grave: a principal evidência mencionada na investigação são prints de uma suposta conversa entre ele e um operador financeiro ligado ao tráfico internacional. No entanto, nesses registros é possível observar o nome e o número de telefone de uma terceira pessoa — “Carlao Carlos Pim Banc” (+1 786 337-1938, dos Estados Unidos) — que, na realidade, é o senhor Carlos de La Cruz Hyppolito, sócio do Pinbank Brasil.

“Portanto, trata-se de outra pessoa. Carlos Augusto Ferreira reitera que não tem qualquer ligação com o fato investigado. Munido dessas informações, comunicou a Defesa e o Ministério Público para as devidas providências.”

Entenda o caso
Segundo a PF, a operação mira integrantes de uma máfia ítalo-brasileira com fortes ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a máfia italiana Ndrangheta, considerada uma das mais poderosas do mundo.

Na manhã da última quinta-feira, 16, a PF fez buscas na casa de Carlos Augusto e apreendeu carros de luxo, entre eles uma Ferrari, um Porsche e outro carro de luxo, além de jóias, relógios e celulares.

Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão também em Curitiba, São Paulo, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Ribeirão Pires, Peruíbe e Jardinópolis, sob autorização da 23ª Vara Federal de Curitiba.

Tão logo foi conhecido que o secretário de Fazenda da Prefeitura de Maringá é um dos investigados na operação, o prefeito Silvio Barros (PP) determinou à sua equipe que buscasse informações sobre o fato. O que se sabe é que a investigação não tem ligação com as atividades de Carlos Augusto Ferreira na prefeitura de Maringá e sim por fatos que já eram investigados antes de ele ser convidado para o cargo.

Por volta do meio-dia, o próprio secretário entrou em contato com a prefeitura para pedir afastamento da função.

Em seu perfil oficial nas redes sociais, o prefeito escreveu que acatou imediatamente o pedido de licença do então secretário para que Carlos Augusto possa tomar conhecimento e se dedicar à apuração da denúncia. “No momento de sua nomeação, todas as certidões estavam regulares. Este fato não possui qualquer relação com a atual gestão”, diz Silvio, destacando que, assim que tiver todas as informações necessárias, a situação será reavaliada.

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