Primeira exposição de relíquias culturais com o tema “Lu Xun” chega ao Brasil revelando trajetória literária e influência cultural do escritor

Uma exposição sobre o escritor chinês Lu Xun foi inaugurada na semana passada em São Paulo, atraindo grande interesse do público local e marcando a primeira vez que um conjunto de relíquias dedicadas ao autor chega ao Brasil.

Intitulada “Sem Barreiras, Com Empatia: O Caminho Literário de Lu Xun”, a exposição é organizada pelo Museu Lu Xun de Beijing, Salão Memorial do Movimento da Nova Cultura de Beijing e pelo Instituto Confúcio na Universidade Estadual Paulista (Unesp).

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Com pseudônimo de Lu Xun, Zhou Shuren (1881-1936) é amplamente reconhecido como um dos escritores que conduziram a literatura chinesa à era moderna, autor de obras emblemáticas como “A Verdadeira História de Ah Q” e “O Diário de um Louco”, que marcaram profundamente a cultura do século XX.

Entre os objetos expostos, o público pôde apreciar manuscritos, primeiras edições de obras, traduções, projetos gráficos, gravuras e coleções em vários idiomas, que atraíram dezenas de amantes brasileiros da literatura.

Luís Antonio Paulino, diretor-geral do Instituto Confúcio da Unesp, afirmou que a exposição retrata de forma vívida a trajetória literária de Lu Xun e sua contribuição para o diálogo artístico entre o Oriente e o Ocidente, destacando sua ampla visão cultural e seu compromisso universal com a arte e a humanidade.

Durante uma visita guiada, Li Zixuan, pesquisadora do Museu Lu Xun de Beijing, apresentou trechos de obras clássicas como “Flores Matinais Colhidas ao Entardecer”, relembrando a trajetória de vida do escritor e as paisagens, costumes e personagens típicos das regiões de Jiangsu e Zhejiang descritos em seus textos.

Um estudante brasileiro comentou que a obra é uma enciclopédia social viva e fascinante, que o ajudou a compreender melhor o povo chinês.

O tema da memória e da nostalgia também é recorrente na literatura brasileira, o que o faz sentir uma conexão íntima com o escritor chinês, disse Henri, engenheiro elétrico da companhia de metrô de São Paulo.

“Mesmo vivendo em tempos de crise nacional, Lu Xun manteve uma postura aberta e voltada para o mundo. Temos a responsabilidade de apresentar ao público internacional um escritor autêntico”, disse Liu Jing, diretora do departamento de exposições do Museu Lu Xun de Beijing.

A mostra faz parte de um programa de exposições no exterior promovido pela Administração Nacional do Patrimônio Cultural da China e permanecerá em exibição por três meses em São Paulo. 

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