Nesta quinta-feira (17), às 16h, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) realiza uma transmissão ao vivo com a abordagem do tema sororidade, que será trabalhado pela psicóloga Waldeciria Costa. Ela é professora doutora em Psicologia Social pela Universidade do Minho, em Braga, Portugal. Atualmente, realiza atendimento clínico e é produtora de materiais didáticos e cursos on-line (ver mais detalhes ao final).
O encontro virtual é gratuito, aberto a qualquer pessoa interessada, e irá ocorrer em tempo real no Instagram da SMPM (@sec.mulherlondrina). A mediação será feita pela psicóloga e diretora de Empreendedorismo e Ações Educativas da SMPM, Lisnéia Rampazzo. Durante a transmissão, o público espectador poderá enviar suas perguntas e dúvidas, que serão direcionadas à ministrante e esclarecidas ao longo da live.
Nesta palestra, a psicóloga Waldeciria Costa irá discorrer e tirar dúvidas sobre a sororidade, que diz respeito à união e aliança entre as mulheres baseada na empatia, respeito e companheirismo, visando reduzir conflitos para alcançar maior igualdade. Tal espírito solidário favorece a criação de um caminho mais saudável de conexão entre mulheres, promovendo maior identificação e abertura para o diálogo, bem como maior capacidade de superação e enfrentamento de situações difíceis.
A atividade integra a programação da campanha “Quando a sororidade entre as mulheres cresce a sociedade agradece”, por meio da qual a SMPM vem fazendo postagens nas redes sociais, desde segunda-feira (14), para orientar e incentivar a população a entender melhor e refletir sobre o assunto. Os materiais estão sendo disponibilizados pelo Facebook e Instagram da SMPM, com conteúdos postados até esta sexta-feira (18).
A psicóloga Waldeciria Costa, ministrante da apresentação, contextualizará o surgimento da ideia de sororidade, a partir da noção de fraternidade e irmandade entre as mulheres, para que estabeleçam entre si o apoio mútuo, aprendendo a ouvir, respeitar e não julgar umas às outras. “Pretendo discutir como os discursos patriarcais utilizam as diferenças entre as mulheres, e a própria competitividade incentivada pelo sistema capitalista, para fomentar um discurso de que as mulheres estão o tempo todo disputando, sendo inimigas, rivalizando entre si de forma destrutiva. Darei alguns exemplos de como isso é incentivado pelas novelas, filmes, séries de televisão e pela mídia de forma geral”, contou.
Costa também tratará sobre a importância de desenvolvimento da sororidade para a construção de um mundo melhor e mais seguro para as mulheres. “Nesse sentido, abordarei sobre como podemos desenvolver este comportamento e sentimento que a sororidade envolve entre nós mulheres, para apoiarmos umas às outras e lutarmos contra algo que nos é comum, a opressão de gênero”, enfatizou.
Ainda segundo a psicóloga, no contexto atual, especificamente no Brasil, é possível verificar a ampliação de um discurso que desvaloriza as mulheres. “Não é à toa que vemos o feminicídio com índices subindo assustadoramente nos últimos anos. O pensamento patriarcal incentiva a que as mulheres não possam decidir até o que querem fazer com o seu próprio corpo. Temos nossos corpos avaliados, julgados e condenados à nossa revelia e a maioria das mulheres ainda não se deu conta disso. Muitas não sabem nem o que é feminismo, achando que feminismo é o contrário de machismo, uma compreensão propositalmente disseminada e que contribui para separar as mulheres na sua busca por direitos, pela igualdade e pela equidade”, concluiu.
Ação mais valorizada – De acordo com a psicóloga e diretora de Empreendedorismo e Ações Educativas da SMPM, Lisnéia Rampazzo, a campanha é abrilhantada e ganha mais força ao contar com o apoio de uma profissional com vasta experiência e atuação ligada ao tema em questão. “É importante trazer um pouco desse olhar da psicologia sobre a sororidade entre as mulheres, aspecto que deve ser trabalhado e estar mais presente no cotidiano. A campanha da SMPM nas mídias sociais veio exatamente para reforçar a importância do debate, levar orientações e informações, mas também estimular o uso dos conhecimentos na prática, como forma de transformação social”, apontou.
Nesse sentido, Rampazzo levantou a questão sobre o que é possível fazer individualmente para ajudar, apoiar e ter mais empatia para com outras mulheres. “Sabemos dos obstáculos e dificuldades enfrentadas por elas, o machismo, o preconceito muito presentes culturalmente. Então, a sororidade propicia unir forças para quebrar paradigmas e estigmas, incentivando essa transformação. A ajuda mútua entre as mulheres, essa noção de cooperação pode mudar a vida das pessoas e o ambiente onde estão inseridas. Pensando no ganho particular e coletivo, todos só tem a sair ganhando enquanto sociedade”, completou.
Sobre a ministrante – Waldeciria Costa é, desde 2011, professora doutora em Psicologia Social pela Universidade do Minho, em Braga, Portugal. Psicóloga pela Universidade Federal do Pará (1989). Realizou trabalhos na área de gênero, imigração, violência de gênero e Psicologia Organizacional e do Trabalho, no Brasil e em Portugal.
Atuou como psicóloga em instituições públicas e privadas e como docente no ensino superior em Maringá, nas áreas de Psicologia Geral e Educacional, Organizacional e do Trabalho e RH. Foi responsável por Projeto Pedagógico de Curso, atuando como coordenadora por cinco anos. É produtora de materiais didáticos e de cursos on-line.
Fonte: Prefeitura de Londrina – Arquivo O Maringá