Mais 39.600 doses de imunizantes em combate ao coronavírus chegaram no Paraná nesta segunda-feira (25), sendo o terceiro lote de vacinas que o Estado recebe em uma semana. O CoronaVac será usado preferencialmente na proteção de trabalhadores que estão na linha de frente do combate à pandemia, visto que a Secretaria de Estado da Saúde comprovou que terminou o método de vacinação de dois significativos setores dentro do grupo prioritário que constitui essa primeira fase.
Segundo a Saúde, todos os 12.224 idosos com 60 anos ou mais, moradores de instituições de longa permanência para idosos (ILPI) e os 10.565 índios que residem em terras demarcadas receberam a primeira dose da proteção. Depois da revisão do Ministério da Saúde, a secretaria estima em 303 mil pessoas os profissionais da saúde no Paraná. A distribuição deste novo lote para as 22 Regionais de Saúde vai começar nesta terça-feira (26).
“Insistimos com os municípios para que priorizem essas pessoas, que precisamos vacinar logo. Temos de fazer com que todas as doses cheguem aos profissionais envolvidos. Gente que trabalha em hospitais, no Siate e no Samu e estão diretamente no atendimento da doença. Essas doses de agora vão ajudar a fazer andar um pouco mais essa fila”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Nova remessa
A nova remessa desembarcou no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, por volta das 13h30. 910 mil imunizantes são destinados ao Paraná, repartidos pelo Governo Federal entre todos os estados e o Distrito Federal. O lote compõe as 4,8 milhões de doses emergenciais autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na sexta-feira (22).
Para o secretário Beto Preto, até o fim de janeiro o Ministério da Saúde deve oferecer mais um grupo de imunizantes, também da Coronavac. As 3,89 milhões de doses que faltam para complementar o grupo de 4,8 milhões. “É uma parte porque se trata do que o Butantan tem em estoque neste momento. Conforme forem envasando mais doses, outras chegarão ao Paraná.”
Ainda segundo ele, a expectativa é que o Paraná fique mais uma vez com 5% da divisão, quantia correspondente ao tamanho da população. Aprovando a conta, seriam mais 194.500 vacinas. “Aí sim, serviria para imunizar todos esses profissionais que estão há mais de dez meses guerreando com o vírus”, ressaltou.
Íntegra das vacinas
Essa é a terceira remessa de vacinas em combate a covid-19 que chega ao Paraná. Na segunda-feira (18), o Estado recebeu 265.600 doses da Coronavac, já no sábado (23), outras 86.500 doses. Com as 39.600 desta segunda, o Paraná soma 391.700 doses.
A quantidade, no entanto, não quer dizer o mesmo número de pessoas vacinadas. Como existe um índice de descarte de 5%, aproximadamente 19.500 doses não serão aproveitadas. Outro ponto é a característica de cada vacina.
Durabilidade
A diferença entre a CoronaVac e a AstraZeneca, ressaltou Beto Preto, é dada por meio do prazo de aplicação entre uma dose e outra, pois as duas preveem duas imunizações.
Enquanto a Coronavac precisa de três semanas, a vacina de Oxford pede espaço de quatro meses. Dessa forma, os lotes formados pelo imunizante da Sinovac foram repartidos em duas partes iguais, certificando as duas doses para quem for receber.
No caso da AstraZeneca será usada todas as vacinas para pessoas diferentes, pois estão previstas a chegada de novas remessas ao Paraná neste intervalo de 120 dias, isto é, a quantidade será razoável para proteger cerca de de 265 mil paranaenses.
O armazenamento de todas as vacinas está sendo feito no Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), em Curitiba, que tem vasta estrutura de freezers e câmaras frias, além de questões de segurança.
Planos
Para o diretor-geral da secretaria da saúde, Nestor Werner Junior, uma comitiva da Fiocruz vai viajar nesta semana para a Índia em busca de um novo lote de vacinas produzidas pelo País, visto que é lá que está situado o Instituto Serum, um dos centros da AstraZeneca para a produção de vacinas.
Foi essa parceria que assegurou ao Estado pouco mais de 86 mil doses dos 2 milhões de imunizantes que chegaram ao País no sábado. “Temos conversado bastante com o pessoal da Fiocruz. Eles vão tentar antecipar doses, pois a produção por parte da Fiocruz depende dos insumos que precisam chegar da China”, esclareceu.
Segundo o Plano Estadual de Vacinação contra o coronavírus , que acompanha a mesma linha do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, na primeira fase da vacinação são imunizados profissionais da saúde que trabalham na linha de frente de atendimento aos doentes, os que aplicam as vacinas, pessoas com mais de 60 anos que moram em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e os profissionais que atuam nos locais, população indígena, pessoas com deficiência severa e trabalhadores que atuam em unidades de saúde que atendem pacientes com suspeita ou confirmação da infecção pelo covid-19.
A definição de grupos preferenciais seguiu métodos do Ministério da Saúde, como tempo de contato, ou exposição com os pacientes infectados pela covid-19, além de pessoas com maior risco de complicações pela infecção causada pelo Sars-CoV-2.
Dando continuidade, o Paraná tem como objetivo imunizar pessoas com 80 anos ou acima desta idade, pessoas entre 75 e 79 anos, e assim gradativamente, até aqueles que têm idade variando entre 60 e 64 anos. Com a quantidade de doses oferecidas e seguindo a ordenação por grupos prioritários, o objetivo é vacinar o total de 4.019.115 pessoas até maio de 2021. A imunização ocorrerá conforme com o recebimento dos imunizantes, de forma gradual e escalonada.
O Paraná tem 1.850 salas de vacinação nos 399 municípios. A quantidade de locais varia em cada cidade, conforme o tamanho da população. As cidades são responsáveis pela gestão dos profissionais para aplicação das doses da vacina.