“Barragens entre nós”, que narra impactos de barragens e hidrelétricas, tem pré-lançamento hoje

Barragens entre nós, documentário fala sobre impacto de obras como barragens e usinas

A produção de Barragens entre nós partiu das transformações do Pontal do Paranapanema e a realidade das pessoas que viviam às margens do Rio Paraná Foto: Reprodução

Acontecem na noite deste sábado, 3, na Casa da Cultura de Primavera, município de Rosana, as duas sessões exclusivas do pré-lançamento do documentário “Barragens Entre Nós”, dirigido por Rodrigo Guim, professor de Turismo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no câmpus de Rosana. A produção, filmada em três Estados banhados pelo Rio Paraná, narra a história da região do Pontal do Paranapanema por meio das vozes de seus moradores, pesquisadores e testemunhas das muitas mudanças ocorridas na região.

As filmagens foram feitas em diversas localidades, incluindo Primavera, Rosana, Assentamento Gleba XV de Novembro, Presidente Prudente e São Paulo; Maringá, no Paraná; Nova Porto XV, Brasilândia e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ao todo, foram captadas mais de 50 horas de depoimentos e narrativas dos personagens que dão vida a essa história.

“Mostramos uma parte importante da história do Brasil que muitos desconhecem por não terem a dimensão dos impactos de mega obras como barragens e usinas hidrelétricas. A partir desse filme, podemos repensar os rumos políticos, econômicos, sociais e ambientais que temos tomado no nosso país e porque não, no mundo também”, afirmou o diretor Rodrigo Guim.

Várias questões foram levantadas sobre o chamado progresso a todo custo, bem como sobre a atual onda de privatizações, então o debate lançado à sociedade é tanto sobre a história atual quanto sobre presente e futuro.

 

Barragens mudam vidas

Uma vila construída onde um dia havia uma vasta floresta, uma barragem erguida sobre um rio caudaloso, e a narrativa do progresso com suas contradições socioculturais e ambientais. “Barragens Entre Nós” relata a história de um Brasil conhecido como “barrageiro”, narrada por aqueles que construíram barragens, cidades e assentamentos, bem como por aqueles que ainda protestam por serem ignorados.

A Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, no Rio Paraná, em Rosana, foi construída entre 1980 e 2000 Foto: Acervo A Crítica

 

O documentário nasceu de conversas entre seu diretor, Rodrigo Guim, que é professor de Turismo na Unesp, com o poeta Nadabi Mendes e o turismólogo Luiz Fernando Neves, que foi diretor de Turismo na prefeitura de Maringá, com passagem também pela Secretaria de Cultura. Neves é o produtor do documentário e Nadabi escreveu o roteiro.

“Após 20 anos, aqui estamos com o filme pronto, produzido pela ONG que criamos para ações culturais e ambientais em Rosana”, diz Guim. O documentário aborda a construção da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera e da cidade de Primavera, explorando a ocupação do Pontal do Paranapanema e os impactos em ribeirinhos, pescadores, indígenas, barrageiros e assentamentos rurais.

“Narramos as transformações do Pontal do Paranapanema e a realidade das pessoas que viviam às margens do rio Paraná, no Mato Grosso do Sul, que sofreram relocação e a destruição ambiental. Como contar uma história em que muitos foram felizes e tiveram uma boa vida numa cidade, enquanto outros sofreram várias barragens nas suas vidas? Esse foi o desafio do filme”, afirmou Rodrigo Guim.

 

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