O Câmpus Regional do Noroeste (CRN) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), localizado em Diamante do Norte, completoi 35 anos no sábado, 22. Criado estrategicamente, próximo ao Rio Paranapanema, na tríplice divisa entre Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, o CRN tornou-se um importante polo de educação, pesquisa e desenvolvimento para a região, contribuindo significativamente para a economia local e a formação profissional.
Desde sua fundação, em 1990, o CRN expandiu suas atividades e consolidou-se como referência no ensino e pesquisa voltados para o agronegócio e as ciências biológicas. Atualmente, alcança 28 municípios da Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná (Amunpar), além de comunidades vizinhas dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Com uma área total de 82,4 hectares, o campus abriga diversos setores de pesquisa, ensino e extensão. Entre os projetos desenvolvidos na unidade, estão estudos voltados para a suinocultura, bovinocultura de leite, piscicultura, apicultura, horticultura e mandiocultura, com impacto direto para produtores rurais da região.No campus também está instalada a Fazenda Escola, equipada com uma fábrica de ração.
O reitor Leandro Vanalli destaca que o campus de Diamante do Norte é um ambiente rico em pesquisa, com diversos projetos aplicados que contribuem para a economia circular da universidade e da própria região. Além disso, o local abriga o Colégio Estadual do Noroeste (CAEN), que, em parceria com a Secretaria de Educação do Paraná, a UEM e a Amunpar, forma técnicos em agropecuária. O colégio atende 268 estudantes em regime de internato.
Campus de Diamante do Norte é espaço fértil para pesquisas
No Rio do Corvo, foi montado o sistema de tanques-rede, onde são realizadas pesquisas de melhoramento genético de tilápias desde 2008, em parceria com o Departamento de Zootecnia (DZO). A iniciativa não apenas fornece matrizes de peixes para todo o Brasil, mas também capacita produtores locais, promovendo o desenvolvimento da piscicultura na região.
As atividades realizadas no Rio do Corvo estão integradas ao Centro de Melhoramento Genético de Tilápias da UEM, localizado em Floriano, onde, desde 2005, é desenvolvido o Programa Tilápia Tilamax. O projeto recebeu reforço com doações da Receita Federal, incluindo um ônibus, um caminhão-baú, uma caminhonete, um veículo de passeio, um drone, notebooks e celulares.
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Ainda na área de pesquisa com peixes, o Programa de Pós-Graduação em Física (PFI) desenvolve no campus, um estudo que promete revolucionar o tratamento de pacientes com dificuldade de recuperação por fratura ou encurtamento de membros.
A pesquisa do CRN impulsiona a inovação e a melhoria da produção agropecuária, sempre buscando parcerias para potencializar os resultados. Em colaboração com a Embrapa Mandiocultura e Fruticultura, por exemplo, o campus desenvolveu um importante trabalho de melhoramento genético da mandioca, chegando ao lançamento da variedade BRS 429. Esta nova linhagem se destaca por sua alta produtividade, precocidade, polpa amarela rica em betacaroteno e resistência a doenças, beneficiando pequenos e médios agricultores da região.
Pesquisas abelhas e raça Moura são destaque
Outro projeto de destaque é o resgate e desenvolvimento da raça suína Moura, realizado em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Essa iniciativa visa preservar e fortalecer a criação da raça, garantindo melhores condições genéticas para os criadores locais e contribuindo para a diversificação da produção agropecuária.
Na área da apicultura, está em fase de desenvolvimento um centro de produção de rainhas de abelhas Apis mellifera africanizadas, que busca aumentar a produtividade e a qualidade do mel produzido na região. A ação conta com a participação direta de produtores locais, que contribuem com colônias de abelhas para ampliar a variabilidade genética do plantel.
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O CRN também apoia produtores rurais da região por meio de projetos inovadores, como o Água para Todos, que, desde o ano passado, busca beneficiar propriedades localizadas nos arredores de Itaúna do Sul.
O projeto, vinculado ao Centro de Ciências Agrárias (CCA), prevê a captação de água do Rio do Tigre para distribuição eficiente entre os terrenos, promovendo a irrigação sustentável e impulsionando a produção agrícola local. Como iniciativa piloto, a ação pretende desenvolver novas tecnologias e oferecer assistência técnica aos produtores, fortalecendo o agronegócio regional.
Além disso, a produção de leite e derivados, carne suína, carne bovina, frutas, mandioca, mel e hortaliças integra o Programa Alimentos Solidários e Agricultura Sustentável (PASAS), que fornece alimentos ao Restaurante Universitário (RU).
Ao longo das últimas três décadas e meia, o CRN tem buscado perpetuar suas atividades, intensificando e ampliando pesquisas e projetos que possam tornar a universidade cada vez mais ativa e participativa na sociedade.
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