As quintas-feiras na Escola Municipal Lígia Bortoletto, na Vila Progresso, em Paranacity, são liricamente especiais. Dia de contação de histórias no Projeto Mães Leitoras, criado para fortalecer a relação entre a instituição de ensino e a comunidade. As mães performam as histórias dos livros infantis e há escala cheia para contadoras até no próximo ano letivo.
As mães se revezam na contação de histórias para cerca de 120 crianças de 4 a 6 anos matriculadas no Infantil 4 e 5 e 1º ano. As sessões, com apoio da Secretaria Municipal de Educação, são realizadas em espaços fora da sala de aula, com um ambiente acolhedor montado com colchonetes, almofadas e livros, criando um clima de conforto e incentivo à imaginação e ao universo literário. “”Nosso sonho era promover uma participação ativa das famílias, e elas abraçaram a causa”, disse Isabela Rugeri, professora voluntária da escola.
O projeto funciona todas as quintas-feiras, quando uma mãe diferente performa a histórias da semana.
Atualmente, 16 mulheres estão cadastradas, o que garante a continuidade das atividades até o próximo ano.
A cada semana, a mãe escalada tem acesso ao livro que irá contar, ensaia a leitura e, no dia, interage com as crianças. A atividade inicia com uma música de recepção, seguida pela contação, uma roda de conversa sobre a história e, por fim, um momento de leitura livre, onde as crianças manuseiam livros e fantoches.
Os resultados já são visíveis. “Percebemos que no início as crianças tinham dificuldade em criar e recontar histórias. Agora, é lindo ver a criatividade e o entusiasmo delas”, afirma Ana Cláudia Brasil da Silva, diretora da escola.
O projeto já começa a romper barreiras. Um caso emblemático foi o de uma mãe de origem venezuelana que contou uma história em seu idioma nativo para suas filhas gêmeas e para toda a turma. A experiência foi um sucesso, promovendo a integração cultural e mostrando que a linguagem do afeto e da narrativa é universal.

O retorno positivo da iniciativa no período vespertino tem sido tão grande que as mães dos alunos da manhã já cobram sua inclusão. Para 2026, a escola planeja expandir o “Mães Leitoras” para atender mais turmas. Além disso, há intenção de oferecer uma formação para os contadores de história, aprimorando as técnicas de leitura, e de abrir a participação para pais, avós, professores aposentados e outros voluntários. “A escola é um braço da comunidade. Este projeto ajuda a trazer as famílias para dentro do ambiente escolar, o que é fundamental, especialmente em uma região periférica onde os pais trabalham muito”, diz Isabela.
A comunidade pode participar do projeto, inscrevendo-se na escola para contar histórias ou também fazer doação de livros infantis para serem usados no projeto literário.
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