Fazenda Santa Fé, em Querência do Norte, se destaca pelo nível tecnológico e a preservação ambiental

Fazenda Santa Fé, em Querência do Norte

Valdomiro Peres Júnior, o Carneirinho, e o filho Pedro Peres Foto: Rogério Recco

Diversificação de negócios, alta tecnologia empregada, preservação ambiental e uma gestão bem conduzida. Estes são alguns dos destaques da Fazenda Santa Fé, no município de Querência do Norte, que foi visitada no dia 8 passado pelo Rally Cocamar de Produtividade.

Banhada pelo Rio Paraná e com 1.000 alqueires paulistas de área total, 217 dos quais de Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) distribuída em três segmentos de florestas, a propriedade que pertence à família Peres, sediada em Terra Boa (PR), tem nas culturas de soja e milho o seu carro-chefe, mas produz também mandioca, arroz e faz integração de lavoura e pecuária.

Para vencer o desafio do solo arenoso com 22 a 28% de teor de argila e o clima quente, parte dos 330 alqueires de soja e 29 de milho são servidos por dois equipamentos de pivô central que extraem água do Rio Paraná. Detalhe é que após a colheita do milho verão, em dezembro, é semeada uma safrinha de soja. Sob umidade, as médias do milho chegam a 280 sacas por alqueire, enquanto as de soja – considerando lavouras irrigadas e de sequeiro – variam de 125 a 130 sacas por alqueire.

Nos 100 alqueires de mandioca, a média oscila entre 145 e 150 sacas por alqueire e o arroz é também uma atividade importante para a receita da fazenda, cultivado em terrenos drenáveis. Na pecuária, são 320 cabeças nelore para os sistemas de cria, recria e engorda.

Os Peres vêm estruturando a fazenda desde quando a adquiriram, em 2003. São duas famílias, representadas por Valdomiro Peres Jr, o Carneirinho, e seu filho Pedro; e a de seu irmão Valter Peres e o filho Tiago.

Todos são engenheiros agrônomos e mantêm o hábito de, diariamente, reunirem-se bem cedo na sede da agropecuária Agroperes, em Terra Boa, para a gestão dos negócios, analisar questões pontuais e possíveis investimentos, que compreendem também outras duas fazendas, a Bom Pastor, de 200 alqueires, em Santa Cruz do Monte Castelo, onde são cultivadas soja e mandioca; e a Nossa Senhora Aparecida, de 700 alqueires, em Terra Boa, onde produzem soja, milho, mandioca e possuem 10 aviários para 300 mil cabeças de frangos de corte.

A nova geração, com Pedro e Tiago, participa ativamente, o que assegura um processo sucessório tranquilo. Atentos às inovações, eles apresentam propostas de investimentos para incrementar os negócios, vários dos quais já realizadas, como a própria estrutura de irrigação, uma câmara fria para o armazenamento de sementes (evitando que percam vigor), um sistema de geração de energia fotovoltaica e melhorias nos aviários.

Com uma equipe de cinco funcionários, além de trabalhadores sazonais, sob a coordenação do gerente Paulo Henrique Rodetz, o Zinho, a Santa Fé possui um completo parque de maquinários com a predominância da marca John Deere, conta com silos servidos por duas moegas e um secador, investe em agricultura de precisão, as lavouras são cultivadas com plantio direto na palha de braquiária e utiliza sementes próprias. Toda a produção de grãos é depositada na unidade local da Cocamar.

Dessa forma, a família Peres demonstra ser possível produzir bem em qualquer tipo de solo, desde que com a aplicação de práticas conservacionistas, tecnologias atualizadas e um bom gerenciamento.

Carneirinho, que é integrante do Conselho de Administração da Cocamar, explica que a irrigação confere mais segurança quanto à produção, possibilitando planejar investimentos futuros. “Pensando nos investimentos, temos que produzir e não podemos ficar contando apenas com o clima, se vem chuva ou não”, afirma, ressaltando que um investimento bem programado, caso da irrigação, é plenamente viável para uma região onde os problemas climáticos têm sido recorrentes.

O solo já foi preparado para o plantio da safra de verão Foto: Rogério Recco

 

O filho Pedro comenta que a nova geração tem mais facilidade em ligar com a tecnologia e ele e o primo Tiago se sentem motivados a apresentar sugestões, pois encontram muita abertura e receptividade. Segundo ele, novos projetos, como os que têm sido implementados, contribuem para ampliar a produtividade e gerar redução de custos nos negócios, entre outros benefícios.

Carneirinho conta que ele e o irmão Valter passaram por um processo de sucessão quando ainda eram muito jovens, após a perda do pai. “Tendo vivido e sofrido um pouco com essa experiência familiar, estamos ‘soltando a corda’, como se diz, dando espaço para que os meninos apresentem suas ideias, participem das decisões e os resultados têm sido muito bons”, observa, complementando: “a família é muito harmônica e o processo de sucessão está bem encaminhado”.

Com sua RPPN, a fazenda é aberta à visitação programada de estudantes da região que, assim, têm a oportunidade de conhecer uma floresta nativa e saber da preocupação dos proprietários com a preservação ambiental e a sustentabilidade. Nesse aspecto, todos os resíduos gerados nas atividades são selecionados e encaminhados para uma destinação correta e a limpeza, bem como a organização, com todos os produtos e maquinários bem guardados, são outro destaque da Santa Fé.

Em seu 10º ano de realização, o Rally Cocamar de Produtividade conta com os seguintes patrocinadores: Ourofino Agrociência, Sicredi Dexis, Seguradora Sombrero, Nissan Bonsai Motors, Fertilizantes Viridian e Texaco.

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