Despertar o senso de pertencimento na população de Mandaguaçu é o primeiro desafio de Beto Dentista

José Roberto Mendes, Beto Dentista, prefeito eleito de Mandaguaçu

Prefeito eleito Beto Dentista e o vice João do Alto preparam o projeto para os próximos quatro anos de Mandaguaçu Foto: Divulgação

Prefeito eleito quer organizar a cidade para despertar o interesse de empresas que possam se instalar no município e empreguem mão de obra local

 

Eleito com quase 60% dos votos válidos do município, o prefeito eleito de Mandaguaçu, José Roberto Mendes, o Beto Dentista (PSD), vai receber uma cidade em que os índices de criminalidade dispararam nos últimos anos, saúde pública está sucateada e há sérios problemas de infraestrutura, a cidade não tem aterro sanitário e nem contrato com aterros regularizados na região, o lixo orgânico está sendo depositado irregularmente e pode comprometer o lençol freático da área em que é feita a captação da água que abastece o distrito de Pulinópolis.

 

Mas, segundo o prefeito eleito, seu principal desafio no início do mandato diz respeito à autoestima dos moradores. Segundo ele, milhares de pessoas saem diariamente de Mandaguaçu para trabalhar em Maringá e voltam para casa só para dormir. Com o tempo, a ligação dessas pessoas é maior com Maringá, cidade bem organizada, bonita e com muitas alternativas, do que com Mandaguaçu, que nos últimos anos ficou evidente que a infraestrutura não acompanhou o crescimento populacional, são muitos os problemas e faltam condições para que as famílias tenham qualidade de vida.

 

“Precisamos promover uma mudança de mentalidade para que a população volte a acreditar que podemos construir uma cidade que seja melhor para todos nós, uma cidade da qual a população tenha orgulho e participe desse projeto de reconstrução”, diz Beto Dentista. “Eu quero que todo trabalhador, toda dona de casa, crianças, o servidor público, enfim, todos voltem a ter aquele sentimento de pertencimento que estamos perdendo nos últimos anos”.

 

 

População cresce, mas infraestrutura estagnou

 

Dentista de profissão, ex-vereador e com trabalho como voluntário em entidades e clubes de serviço, o futuro prefeito de Mandaguaçu sente no corpo a falta de estrutura e de políticas inclusivas no município: cadeirante há 13 anos, consequência de um acidente sofrido em 2011, ele é testemunha da deficiência que a cidade tem quando o assunto é acessibilidade. E esta é uma das políticas públicas que está no início de sua plataforma de trabalho, já que se Mandaguaçu falta acessibilidade para cadeirante deve ser problemática também para deficientes visuais e para outras pessoas com deficiências, as chamadas PCDs.

 

Além da atuação do poder público, as políticas públicas para PCDs passam também pela conscientização da população. Segundo Beto Dentista, a falta de acessibilidade tem um impacto profundo na vida dos PCDs, limita a independência, acesso à educação, oportunidades de emprego, participação social e lazer. Além disso, aumenta o risco de isolamento e exclusão.

 

“Mandaguaçu tem potencial de sobra, mas, infelizmente a atual gestão deixa muito a desejar, não conseguiu preparar a cidade para ser a chamada bola da vez no que se refere a desenvolvimento”, diz o prefeito eleito, se referindo ao fato de, hoje, muitas empresas optarem por não se instalar em Maringá, dando preferência à região de Maringá. Com isto, segundo ele, várias cidades da região metropolitana se preparam para acolher essas empresas que oferecem emprego, renda, tributos municipais e ajudam a atrair outras empresas. Mas, Mandaguaçu não fez a lição de casa.

Prefeito e vice-prefeito eleitos, Beto Dentista e João do Alto Foto: Divulgação

 

O prefeito eleito diz que a cidade cresceu demais em termos de população, abriu novos loteamentos, mas a infraestrutura não acompanhou esse crescimento.

 

“Na saúde pública, os equipamentos públicos estão estagnados há muitos anos, o setor de obras e urbanismo hoje tem menos funcionários do que já teve, os equipamentos e a frota municipal estão sucateados. O mesmo acontece na Educação. Houve uma certa lentidão para que pudéssemos ter um enfrentamento à altura com políticas públicas para esta população que buscou o município para viver. O crescimento imobiliário não veio acompanhado da melhoria na estrutura pública: faltam vagas em creches, postos de saúde, faltam condições de trabalho para servidores públicos”.

 

Nova escola e muralha de câmeras

 

O prefeito que assume o comando de Mandaguaçu em 1º de janeiro está confiante que poderá contar com apoio que sempre foi dado por deputados estaduais e federais da região e que nem sempre foi aproveitado pela administração municipal nos últimos anos. Além disso, ele tem garantido o apoio do governador Ratinho Júnior, seu correligionário no PSD.

 

“Temos a garantia de construção de uma nova escola em Mandaguaçu com recursos da ordem de R$ 17 milhões do governo do Estado e vamos conversar com os deputados estaduais e federais em busca de apoio também para outras áreas, como a saúde pública”.

 

O prefeito diz ter consciência de que um dos maiores problemas hoje de Mandaguaçu está na área da segurança pública, com índices de criminalidades crescendo. “Temos como medida imediata, por meio de parceria com o governo estadual, a implantação de uma muralha de câmeras de segurança de alta resolução em todo o município, vamos contar cum uma nova companhia da Polícia Militar, a chegada de um novo delegado renova as expectativas de que teremos um enfrentamento à criminalidade”.

 

Beto Dentista ressaltou que, embora o trabalho de polícia seja atribuição do governo do Estado, o município pode contribuir muito com programas sociais, projetos para jovens e crianças, envolvendo educação, esporte, cultura e lazer.

 

 

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