Selo de Indicação Geográfica dá confiança para compradores da uva fina de mesa de Marialva

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Crédito: Arquivo/OM

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Como todos sabem, o município de Marialva é conhecido pelo cultivo da uva, uma fruta de qualidade única, cujo sabor é resultado da combinação proporcionada pela disponibilidade de recursos naturais, como solo, vegetação e clima, e processos específicos utilizados na sua produção.

Mas, diante de uvas no mercado, como saber que o produto de qualidade é originário desse município vizinho a Maringá? Aí, entra a Indicação Geográfica (IG), um selo dado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Serve para atestar a reputação e valor diferenciado dos produtos que são caracterizados pelo seu local de origem, garantindo a eles uma identidade própria e gerando efeitos positivos na economia regional.

No caso marialvense, trata-se do tipo “Indicação de Procedência”, conquistado em 2017 e usado hoje pela Associação Norte Noroeste Paranaense dos Fruticultores (Anfrut), para o produto Uvas Finas de Mesa, das variedades Itália, Rubi, Benitaka, Núbia e Vitória.

Segundo o secretário municipal de Agricultura e Pecuária Nathan Bortolon, o selo dá a garantia ao comprador de que a uva é de Marialva. “Dá uma confiança a mais para o pessoal de fora”, diz, explicando que a Indicação de Procedência segue alguns critérios para autentificar o produto de qualidade, como o tamanho da baga, o quilo, a caixa diferenciada etc. Enfim, prova que passou por testes e controle de qualidade.

Em outras palavras, é uma forma de assegurar ao consumidor de que se trata de um produto de boa procedência. É um princípio básico do comércio.

“A melhor coisa que foi feita foi o IG, porque a procedência é boa. Então, o produtor acaba tendo uma confiança a mais”, diz Bortolon.

Junto com outros 11 produtos com IG, a uva fina de mesa de Marialva proporciona ao Paraná ser o terceiro estado do país com mais certificados. Perde apenas para Minas Gerais (16) e Rio Grande do Sul (13).

Secretário de Agricultura e Pecuária de Marialva, Nathan Bortolon (Crédito: Cristiano Martinez)

Características
O titular da Secretaria de Agricultura e Pecuária de Marialva (Seap) explica que a uva com o selo do IG, que neste caso se refere ao tipo de procedência, segue uma série de características que precisam ser seguidas pelo viticultor para a comercialização: valor do brix, tamanho da baga, caixa.

Segundo Bortolon, todas as uvas produzidas em Marialva são de qualidade, pois os produtores vêm correspondendo. “Mas esse selo dá uma confiança para ele [o produtor] e também para o comprador, que se sente mais à vontade comprando com o selo”.

Quando a uva é colhida, já existe uma caixa do comprador que leva o selo de IG, com informações do tipo: tamanho da propriedade, variedade da uva, o brix, tamanho da baga e a medida do cacho da uva. “É uma coisa a mais que veio para agregar ao comprador”, que vai repassar essa procedência para seus clientes (barracão, mercado etc.).

Em 2023, o secretário conta que há esforços para aumentar o grupo de variedades com o Indicador de Procedência, trazendo a uva Niágara. “Estamos em conversa com o Estado”.

Maior produtora do Estado, Marialva é a Capital da Uva Fina (Crédito: Cristiano Martinez)

Trajetória
O IG das uvas finas de mesa da Capital foi conquistado em 2017, quando vários produtores começaram a se adequar. Mas o trabalho de reivindicação vinha sendo feiro desde 2010 para obter esse selo.

Cerca de 20 agricultores já se credenciaram em 2023. “Quem tiver interesse, vem na Secretaria e nós levamos ele até a Anfrut”, explicando que esta associação faz toda a documentação e visita à propriedade, para medir o brix e o tamanho da área.

“Isso está sendo muito bom para nós e para o produtor também”, destacando que o IG marialvense é uma referência até para Curitiba, de onde o secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara, vem para Marialva em eventos com a Indicação Geográfica na pauta.

Economia
Para fevereiro de 2024, a Seap terá dados e números sobre o impacto do IG na economia marialvense. Nathan Bortolon conta que precisa aguardar o resultado da colheita, que inicia em novembro de 2023 e seguirá até janeiro do ano que vem.

“Nós sabemos que está sendo bom, porque os compradores nenhum fala mal. Todos estão elogiando a procedência da uva. E o comprador também, o produtor”.

Parreira em chácara de Marialva. Próxima colheita deve iniciar em novembro de 2023 (Crédito: Cristiano Martinez)

Colheita
Para a próxima uva em Marialva, a colheita inicia em novembro deste ano. “Só que o pico da safra vai ser em dezembro”, diz o secretário de Agricultura, informando que, em 1º de dezembro, mais de 50% dos viticultores vão começar a colher nas parreiras.

Mas o clima tem sido um fator preponderante para começar o trabalho, pois a condição do tempo é altamente instável.

Floricultura
Tradicionalmente, Marialva é a Capital da Uva Fina, com mais de 470 hectares plantados, dominando o cenário estadual. No entanto, o cultivo de flores, com destaque para orquídeas e rosas, vem ganhando espaço e alguns nacos de propriedades conhecidas pela uva.

Por isso, existe a expectativa de, no futuro, conquistar o IG para as flores. “Em 2021, recebemos o título de município que mais produziu flores”, contando que produtores têm aproveitado áreas ociosas do terreno rural para plantar flores. “Ele [agricultor] tem a uva, que é duas vezes ao ano. Nesse meio termo da uva, ele pode trabalhar com a cultura da flor. Então, tem renda o ano todo”.

O plano, segundo Bortolon, é conquistar a Indicação Geográfica para as flores e depois a outros produtos, caso das hortaliças que têm crescido no município.

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