Remição pela Leitura, que reduz o tempo na prisão a cada livro lido, chega à Cadeia Feminina de Alto Paraná

remição pela leitura em presídio feminino de Alto Paraná

Na medida em que avança na leitura, a leitora passa a entender melhor os estilos e os gêneros literários Foto: CNJ

Assessoria da PPPR

A Polícia Penal do Paraná (PPPR) deu início, na última segunda-feira, 8, ao projeto Remição pela Leitura na Cadeia Pública Feminina de Alto Paraná, beneficiando 50 pessoas privadas de liberdade (PPLs). O projeto, idealizado pela gestora Sandreli Ortiz Frasson, foi viabilizado graças à parceria com a Igreja Central do Avivamento, intermediado pela missionária Grazielle Busnardo Machado.

Os profissionais pedagógicos Franciele Beltrame da Silva e Edivan Aparecido Fernandes, também integrantes da Igreja Central do Avivamento, participam voluntariamente do projeto, que só se tornou possível graças à união de forças e ao compromisso dos envolvidos.

O projeto proporciona a remição de pena por meio da leitura, incentivando o desenvolvimento intelectual e pessoal das apenadas. Para a implementação, a equipe do Poder Judiciário da Comarca de Alto Paraná lançou uma campanha de arrecadação de livros, resultando em cerca de 800 exemplares. Além disso, a Incomap, por meio do empresário Anselmo Vitoriano, doou uma estante para armazenar as obras.

“Tenho certeza que este projeto abrirá as portas para outros, viabilizando conhecimento e tratamento penal dignos”, destaca Sandreli Ortiz Frasson.

Presídio feminino de Alto Paraná adota o projeto Remição pela Leitura
Com a leitura de livros, as mulheres estão conseguindo reduzir suas penas Foto: PPPR

Uma das internas beneficiadas pelo projeto compartilhou sua perspectiva sobre a iniciativa. “Este projeto é uma oportunidade única. A leitura nos dá uma chance de aprender, crescer e sonhar com um futuro melhor. Vai nos ajudar a passar o tempo de uma maneira positiva e nos preparar para a vida lá fora”, disse.

A cerimônia de inauguração contou com a presença de representantes da Cadeia Pública Feminina, da Igreja Central do Avivamento e das entidades colaboradoras, marcando o início de um novo capítulo na ressocialização e educação das custodiadas da Cadeia Pública de Alto Paraná.

Projeto semelhante foi implantado no sistema penitenciário de Maringá, vários presos estão participando, inclusive produzindo trabalhos com base em livros lidos. Dois espetáculos teatrais foram montados e apresentados a partir da leitura de “Crime e castigo”, obra mais célebre de Fiódor Dostoiévski, e “A morte de Ivan Ilitch”, de Lev Tolstói.

Projeto social

Um projeto inovador, desenvolvido pela equipe técnica do Complexo Social de Maringá, vai proporcionar assistência psicossocial a mulheres privadas de liberdade na Cadeia Pública Feminina de Alto Paraná e de Astorga. A iniciativa oferece suporte psicológico e social para apenadas, auxiliando na melhora das condições de saúde mental e na manutenção dos vínculos familiares.

Durante dois meses, o projeto implementará um Plantão Psicológico online, onde residentes técnicas de psicologia realizarão sessões de escuta e acolhimento. Paralelamente, residentes técnicas de serviço social conduzirão uma triagem para identificar as internas que recebem menos visitas, com o objetivo de contatar suas famílias e fortalecer os laços afetivos. No primeiro dia do projeto, nove mulheres privadas de liberdade foram atendidas.

Mariana Monteiro Veiga, psicóloga residente, enfatiza a importância do Plantão Psicológico. “Essa modalidade oferece atendimentos em dias e horários preestabelecidos, sem a necessidade de agendamento prévio. A busca pelo atendimento parte das próprias mulheres. Nossa intenção é criar um espaço de acolhimento onde elas possam buscar ajuda quando precisarem”, explica.

No início do mês, a equipe do projeto visitou as unidades penais para apresentar a proposta e formalizar o convite às pessoas privadas de liberdade. A recepção foi positiva, com as mulheres expressando a necessidade e a importância dessa forma de assistência.

“O acesso ao atendimento profissional para as pessoas em cumprimento de pena, restabelecendo os laços familiares, acalma os ânimos das apenadas, trazendo mais segurança à unidade penal e esperança para o retorno ao convívio social com apoio da família”, finaliza o coordenador do Complexo Social de Maringá, Alan Eduardo Silva Gazola.

 

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