As aulas presenciais para os quintos anos da Escola Municipal 9 de Dezembro e Escola Municipal Jardim Primavera de Santa Fé retornaram nesta segunda-feira (7). No total, foram 25 alunos, sendo 22 da Escola Municipal Jardim Primavera e somente três da Escola 9 de Dezembro.
De acordo com a secretária de educação do município, Conceição Abrão Scandelai, foi realizado uma reunião com o comitê de volta às aulas, além de uma ata para definir sobre o retorno. “Apenas duas pessoas não estavam de acordo, mas os outros representantes de outras instituições da cidade que estavam presentes, desde diretores e equipe pedagógica foram a favor”, diz. Segundo ela, foi uma escolha conjunta. “Decidimos que era o momento de voltar sim, porque as crianças estão muito defasadas.”
Outro motivo para o retorno foi devido algumas cidades próximas que já retomaram as aulas com estudantes que apresentam dificuldades. “Foi estudado e decidido voltar com os quintos anos e com a metade da turma. Estamos trabalhando com pouquíssimos alunos e também com segurança.”
Para Conceição, os alunos estão bem separados, todos utilizando máscara, com termômetro à disposição e o uso de álcool em gel.
Sueli Romanato é professora do 5ºB da Escola Municipal Jardim Primavera e recebeu oito alunos no primeiro dia de aula. “Eu estava com medo, mas ainda bem que as crianças se comportaram, obedeceram as regras. Passei a matéria, revisei”, afirma. Conforme ela, é necessário a revisão de conteúdos nesta semana, pois muitos esqueceram assuntos do ano anterior. “Eles estão meio perdidos, mas sinto que logo vão acostumar.”
A professora conta que muitos alunos não queriam que a hora passasse, queriam ficar na escola. “Eles estavam com saudades”, diz.
– Essa noite eu não dormi, professora!
– Acordei várias vezes achando que eu tinha perdido a hora!
– Eu não quero que a hora passe, quero ficar aqui com você!
Esses foram alguns relatos de alunos.
Escolha
De acordo com a secretária de educação do município, Conceição Abrão Scandelai, não são todos os pais que aceitaram o retorno. “Não está sendo obrigatório, o pai que não quiser mandar, tem a autonomia para deixar o filho em casa, fazendo o ensino remoto.”
A cabeleireira e maquiadora Ana Paula Meister é mãe de Isabelle Louise Meister Florêncio, de 11 anos, aluna do 5ºC da Escola Municipal Jardim Primavera. Ela optou por não assinar o termo de responsabilidade e deixar a filha somente com as aulas remotas. “Minha filha tem déficit de atenção, ela está lendo muito bem com a minha mãe ensinando ela. Eu acho que vai atrapalhar ela e o desempenho dela se ela voltar agora, tanto porque é uma escola diferente, transferi ela agora. Pretendo fazer isso só o ano que vem.”
Cristiane da Silva é farmacêutica e quis que a filha Isabela Santos Vialle, de 10 anos, voltasse para a escola. “Acredito que a escola já tenha condições de receber de forma adequada e segura as crianças. Outro motivo é que eu e minha mãe já estamos vacinadas, além do aprendizado, que por mais que a gente se esforce, não é a mesma evolução em casa. Aumentou muito a ansiedade dela, já estava preocupada”, declara.
Para a secretária de educação do município, Conceição Abrão Scandelai, a expectativa com a volta às aulas é positiva. “Estamos bem animados, porque estamos vendo que está tudo bem seguro. As crianças estão todas de máscara, as carteiras estão bem distantes uma da outra.”