A perda de alguém importante torna-se um acontecimento iminentemente doloroso, que provoca uma desintegração no sentido de unidade intacta, onde a família precisa reencontrar a identidade e aprender a conviver com a ausência do ente. Pensando nisso, com o número elevado de vítimas de coronavírus no final do ano passado, Maria Izabel Collar teve a ideia juntamente com a coordenadora da Pastoral do Meio Ambiente de Santa Fé, Tereza Citelli, em homenagear as pessoas que faleceram por causa da covid-19 na cidade.
Em forma de um memorial verde, foram em busca de alguns terrenos para constituir um Bosque da Saudade. Após alguns meses, o marido de Izabel faleceu devido complicações da doença. “Eu tinha que trabalhar o processo de luto de uma forma que me ajudasse a ficar em pé e nada melhor do que ficar em pé é plantando uma árvore. As árvores se sustentam e continuariam o nome do meu Fabinho e de todas as outras mais de 50 pessoas que já morreram em Santa Fé. Só no mês de março, o mês que ele morreu, foram 18 pessoas”, diz.
Diante disso, o que Izabel mais queria era ver o bosque florescer. Foi então que Mercedes Medeiros faleceu e a família também teve o mesmo desejo. Eles cederam uma área de preservação ambiental do sítio deles para a plantação. “Ainda não plantamos todas as mudas, acho que foram 20. Conseguimos a lista de pessoas que tinham morrido, mas sem os telefones. Criamos um grupo no WhatsApp e fui divulgando a ideia. No dia 12 de outubro foi plantada a primeira muda de ipê. Alguns familiares ainda estão trabalhando esse luto para criar coragem e força para irem lá plantar, pois é um momento de muita emoção.”
Ela ainda relata que existem muitos depoimentos de quem já plantou as árvores. “As pessoas sentem muita paz, é um local muito bonito. As árvores vão nos sustentar, vão nos mostrar que é possível a partir de uma pequena muda e de um pequeno gesto, transformar, crescer e amparar as famílias.”
Saiba mais:
Confira as redes sociais:
Facebook: Bosque da Saudade- Santa Fé PR
Instagram: bosquedasaudade.stafe