Os baixos índices de chuva desde o ano passado colocaram o Brasil em situação de alerta e o Paraná viveu a maior crise hídrica da história, porém, em Sarandi, o caminhão pipa da Autarquia Águas de Sarandi não saiu garagem nenhuma vez para atender falta de água em algum bairro. O fato causa estranheza, pois em todos os anos a chegada do inverno era motivo de preocupação para as autoridades e população, pois a estiagem normal da estação causava baixa do lençol freático e a conseqüência era falta de água nas torneiras.
Afinal, qual foi o milagre? “Não tem milagre. Tem planejamento, investimento e trabalho”, responde o engenheiro químico Michel Caldato, superintendente da autarquia Águas de Sarandi, concessionária dos serviços de água e esgoto no município.
Funcionário de carreira da autarquia há vários anos e superintendente há cinco anos, diz que a Águas de Sarandi é a responsável por ações que garantem qualidade de vida à população e o desenvolvimento da cidade. “Água de boa qualidade e a coleta de esgoto são decisivos para a saúde da população e na medida que esses trabalhos avançam reduzem-se as filas nas Unidades Básicas de Saúde”.
É preciso se antecipar
Caldato diz que a área de saneamento é a que o prefeito Walter Volpato dirige atenção especial e cobranças.
“O planejamento tem sido decisivo na melhora no abastecimento de água”, diz Caldato, explicando que sua equipe está sempre atenta a sinais que podem se transformar em problemas mais adiante. “Se nesta estiagem percebemos deficiência em algum bairro, o caso é relatado, discutido e feito o planejamento para ações antes que venha a estiagem seguinte. Nos antecipando, não deixamos o problema acontecer”.
A Águas de Sarandi se aplica muito na gestão, um estilo de trabalho que faz ao mesmo tempo o combate a vazamentos, consertos para evitar perdas, troca de redes deficientes e até de hidrômetros. “Redes velhas e mal-cuidadas são sinônimo de problemas, por isso estamos sempre trocando encanamentos problemáticos por novos. Isso acaba com muitos problemas, começando pelo fato que encanamento novo não sofre com vazamentos”.
A gestão inclui ainda o trabalho de leitura, corte, troca de hidrômetros, verificação de vazamentos e a gestão financeira. “A boa gestão financeira garante recursos para os trabalhos que a autarquia tem de fazer”, diz o superintendente. “Quando o consumidor vê que o dinheiro da conta de água e esgoto está sendo aplicado corretamente, sente-se motivado para colaborar, inclusive pagando as contas em dia, evitando desperdícios e problemas na rede”.
Reservação, a segurança do consumidor
Uma das razões para não faltar mais água em Sarandi, mesmo diante da maior crise hídrica da história, é o aumento da reservação.
A administração Walter Volpato e a Águas de Sarandi fizeram investimentos de peso no aumento da capacidade de reservação, tanto na zona norte quanto na sul, foram construídos seis novos reservatórios, ampliando em 3 milhões de litros a reserva de água no município.
“Sarandi é uma cidade onde a população aumenta em um ritmo acelerado, fora do normal, e isso nos obriga a nos anteciparmos e assim, além de evitar problemas, criamos as condições ideais para o desenvolvimento do município”, diz o superintendente Michel Caldato.
Esgoto chegará a 100% dos domicílios
A rede de esgoto sanitário, com duas estações de tratamento, é a maior obra do governo federal já executada em Sarandi e uma das maiores obras da história do município. São investimentos de R$ 25 milhões do governo federal, mais contrapartida do município para levar coleta de esgoto a 80% dos domicílios.
Tanto o prefeito Walter Volpato quanto o superintendente da Águas de Sarandi, Michel Caldato, destacam que mais da metade da área urbana já conta com a rede de esgoto e até o final do ano deve chegar aos 80% contratados. “A partir daí, com a própria arrecadação da Águas de Sarandi vamos fazer os outros 20%”, diz Caldato.
