Ansiedade, depressão e insegurança aumentam

Segundo pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, número de casos de depressão quase dobrou, enquanto os de ansiedade e estresse aumentaram 80%

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A mudança brusca de rotina que a pandemia causou na vida e no trabalho das pessoas trouxe impactos também para a saúde mental. É o que mostra um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet. De acordo com o artigo, os casos de depressão aumentaram 90% e o número de pessoas que relataram sintomas como crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou entre os meses de março e abril deste ano.

De acordo com a médica psiquiatra Barbara Mariano Orathes nesse tempo a insegurança é um dos sentimentos que mais tem atingido a população. “A insegurança é um dos principais sentimentos que podem surgir, juntamente com a ansiedade, o medo e a desesperança. Não só perdas financeiras ocorreram nessa pandemia, mas também perdas de pessoas próximas. Isso tem aumentado muito sintomas de depressão e ansiedade, de um modo geral”, afirma.

Na maioria das vezes, o próprio paciente percebe quando não está se sentindo bem. Em alguns casos, o alerta vem de pessoas próximas que notam que a pessoa mudou. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo, quadro que só piorou desde o início da pandemia. A pesquisa revelou que a ansiedade está atingindo, principalmente, as mulheres mais jovens, entre 20 e 29 anos.

PANDEMIA. A médica psiquiatra Barbara Orathes explica que podemos observar efeitos da pandemia em longo prazo na saúde mental. FOTO-ARQUIVO PESSOAL

Barbara explica que podemos observar efeitos da pandemia em longo prazo na saúde mental. Já se observam um aumento expressivo nos casos de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo compulsivo, depressão e dependência química. Sem contar as consequências psiquiátricas associadas aos que contraíram covid-19 e sobreviveram à doença. “A ansiedade surge como uma resposta fisiológica diante de uma situação de ameaça ou perigo. Biologicamente falando, ela é uma resposta do corpo humano a situações de vida ou morte. É por isso que temos que atuar o quanto antes, durante a crise. É como diz o provérbio antigo, “tempos difíceis geram homens fortes” e assim espero que ocorra depois que a pandemia passar, mesmo que os dados atuais ainda não estejam tão favoráveis.

Para suprir essa demanda alta e ajudar as pessoas durante esta crise, a psiquiatra ressalta algumas dicas que além de fazer bem para a mente fará bem ao corpo. “Existe uma tríade fisiológica que, quando vai bem, dificilmente você ficará doente. Seja a doença física ou mental. São eles: sono, alimentação e atividade física. Quanto mais trabalhosa a atividade, mais o nosso cérebro “chia” para começar. Mas quando terminamos, ele libera muito mais neurotransmissores do prazer como recompensa e faz com que nos sintamos úteis. E o que a gente mais precisa nesse mundo sombrio é saber que servimos para algo, não é mesmo?”, conta.

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