Além da prefeitura de Maringá garantir que no município nenhuma pessoa foi vacinada contra a covid-19 com vacina vencida, também o governo do Paraná vem a público tranqüilizar a população com a informação que nenhum lote fora do prazo de validade foi distribuído para postos de vacinação no Estado.
As ações da prefeitura e do Estado ocorrem em resposta à polêmica ocorrida na sexta-feira, quando o jornal Folha de São Paulo divulgou um levantamento realizado por pesquisadores de duas universidades paulistas que levava à conclusão de que mais de 26 mil pessoas teriam recebido, em todo o Brasil, vacina fora do prazo de validade.
A reportagem apresentava detalhadamente todos os lotes suspeitos e apontava que Maringá era a cidade campeã de aplicação das vacinas vencidas, que teriam sido aplicadas em 3.536 pessoas.
Maringá diz que o erro foi no sistema
O secretário de Saúde de Maringá, Marcelo Puzzi, convocou uma coletiva de imprensa para esclarecer o caso e revelou que a há mais de um mês sua equipe percebeu que a cada vez que enviava um relatório pelo sistema de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) a data do envio aparecia como sendo a data em que foi feita a aplicação das doses.
Segundo o secretário, o Ministério da Saúde foi informado do caso, mas o levantamento dos pesquisadores divulgado pela Folha de São Paulo mostra que não foi feita a correção.
“O povo de Maringá pode ficar tranquilo, nenhuma vacina vencida foi aplicada em Maringá”, disse Marcelo Puzzi, tanto na coletiva de Imprensa quanto em outras falas sobre o assunto.
A prefeitura de Maringá, por meio de sua Assessoria de Imprensa, foi rápida na orientação da população, tanto valendo-se de suas muitas redes sociais, quanto por meio das emissoras de rádio e TV e os inúmeros sites e blogs, todos colocados à disposição da informação de qualidade e rápida. Gráficos bastante didáticos mostravam até como a pessoa conferir em sua carteira de vacinação se tomou ou não vacina vencida.
O fato é que praticamente todas as pessoas que tomaram vacina em Maringá conferiram suas carteiras de vacinação e até agora não apareceu nenhuma pessoa afirmando que a dose que recebeu estava fora do prazo de validade.
Estado garante que não distribuiu doses vencidas
No mesmo dia, a Secretaria de Estado da Saúde informou que o Paraná não recebeu e não distribuiu nenhuma vacina contra a Covid-19 fora da validade prevista pelos fabricantes.
Dentre os oito lotes de AstraZeneca mencionados pelo levantamento da Folha de S.Paulo, o Paraná recebeu apenas dois (4120Z005 e CTMAV520). O primeiro foi distribuído aos municípios no dia 23 de janeiro, com validade até 14 de abril. Foram 86,5 mil unidades, O segundo, com 38,6 mil, foi enviado às cidades no dia 26 de março, com validade até 31 de maio.
O período mínimo entre a distribuição e a validade dos imunizantes foi de 66 dias. O máximo, de 81 dias. Considerando que os municípios recebem as doses e realizam, de maneira geral, aplicação instantânea, é improvável algum tipo de aplicação fora da data no Estado.
Segundo o setor de Imunizações da Secretaria, trata-se de problema de registro no sistema nacional, a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
O Estado orientou os municípios nesta sexta-feira (2), mais uma vez, para que corrijam os registros no sistema, ressaltando que a funcionalidade de correção, por parte do Ministério da Saúde, só foi disponibilizada há 15 dias.
A Secretaria de Estado da Saúde reforça que todas as vacinas são seguras e tem eficácia comprovada. A população deve procurar os locais de imunização e buscar a proteção.