Santa Casa de Maringá tem alta taxa na captação de órgãos para transplantes

Santa Casa de Maringá é referência na captação de órgãos para transplante

O Setembro Verde vaibuscar sensibilizar as famílias sobre a importância da doação de órgãos Foto: Reprodução

Assessoria

A Santa Casa de Maringá registrou índice de 87,5% de famílias que aceitaram a doação de órgãos de um parente com morte encefálica neste ano. No Paraná, a taxa é de 41%, sendo o Estado com a maior taxa nacional. De janeiro a meados de agosto, o hospital registrou 31 casos de morte com possibilidade de doação de órgãos. Destas, sete tiveram contraindicação clínica e dos 24 restantes, apenas três famílias recusaram a doação.

A taxa de recusa familiar baixa é fruto do trabalho do hospital diretamente com as famílias, explica a enfermeira e coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes da Santa Casa, Renata Manholer dos Santos.

“Começamos a acompanhar as famílias desde o momento em que surge a suspeita de morte encefálica. Os familiares são informados a respeito do processo de investigação. É um diagnóstico que só vem depois da aplicação de um protocolo rigoroso, que dura 48 horas. A Central de Transplantes estadual é notificada para verificar se o paciente pode ser um doador e nesse processo, algumas famílias já entendem que a doação de órgãos é uma possibilidade, mas o assunto só é apresentado quando a morte encefálica é confirmada”, detalha Renata.

As principais causas da morte encefálica são AVC hemorrágico e traumatismo craniano. A maioria dos doadores está na faixa de 40 a 60 anos. Os homens são maioria, com 60% do total. Renata lida diretamente com as famílias dos pacientes e destaca que as principais causas de recusa familiar da doação são a falta de informação e o desconhecimento da vontade do paciente.

“Há muitos mitos em torno do assunto, como a crença de que por causa da doação, a família não poderá fazer o velório ou que não poderá ser com caixão aberto. Ainda há a ideia de que o corpo ficará deformado ou que o tempo de velório será menor. Nada disso é verdade e trabalhamos para desmistificar. Quando uma família recusa a doação, geralmente é porque o paciente deixou claro em vida que não desejava a doação, os familiares não sabiam o desejo dele ou quando não há concordância entre os familiares”, aponta Renata.

Enfermeira Renata Manholer com a equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do hospital Santa Casa de Maringá Foto: Divulgação

A Santa Casa de Maringá é referência em transplante de rim e também atende casos de transplante musculoesquelético. Para a campanha Setembro Verde, voltada à conscientização sobre a importância da doação de órgãos, a instituição terá atividades na semana de 23 a 26 de setembro, com visitas a centro médicos, clínicas e planos de saúde para divulgação como funciona a doação de órgãos. No dia 25 haverá palestra, com relato de um transplantado e apresentação teatral no auditório do hospital. Já no dia 27, que é o Dia Nacional da Doação de Órgãos, haverá missa também no auditório.

 

 

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