Pedro Marques, natural de Ourinhos/SP e há cinco anos residindo sozinho em Maringá, formado em Processos Gerenciais e trabalhando na área de administração, sempre levou a vida normal e em nenhum momento havia tido qualquer sintoma parecido com o que ocorreu em 14 de abril deste ano.
Início das dores
Passeando em um shopping da Cidade Canção ele conta que estava procurando um chinelo para comprar quando as dores fortes começaram. “Eu tive um sangramento na medula, mas antes disso eu senti uma dor tremenda na nuca e fui para o hospital. Me recomendaram um ortopedista e um analgésico para tomar. Estava de pé nesse momento e caí com tudo na poltrona e até hoje ninguém sabe o motivo”, explica Marques.
Exames e cirurgia
Desde então, exames foram sendo realizados, incluindo arteriografia e ressonância magnética, que diagnosticaram um sangramento espontâneo na altura da vértebra C4 (sangramento na medula espinhal). Já internado no Hospital Bom Samaritano e com a família ao seu lado, foi transferido para o Metropolitano de Sarandi, onde foi entubado, pois, o diafragma parou de funcionar. Voltou ao Bom Samaritano e realizou a retirada de 4,4 ml de sangue da cervical. “Hoje meu foco é fisioterapia e ajuda médica pra melhorar a cada dia e voltar os movimentos”, destaca.
UTI
Pedro passou 105 dias internado, incluindo nove em coma. “Os médicos disseram que, se a lesão fosse um centímetro mais alta, eu teria morrido. E se fosse mais baixa, poderia não ter perdido os movimentos dos braços”, contou ao portal Saúde IG. Em menos de três meses, Pedro retirou a traqueostomia, voltou a respirar sozinho e começou a se alimentar sem ajuda de sondas. “Planejávamos essa evolução em seis meses, mas aconteceu na metade do tempo. Tirar a traqueostomia foi crucial, pois ela aumenta o risco de infecção pulmonar”, destaca.
Melhoras gradativas
Ainda com futuro incerto, o jovem faz fisioterapia todos os dias, recebe acompanhamento de neurologista e ajuda dos familiares para se locomover. Buscando forças e motivação, se superando dia a dia, e apresentado melhoras significativas, emocionado, Pedro ressalta. “É muito saber que eu tirei a parte mais crítica, estar vivo é muito bom. Hoje eu consegui mover meu punho, tenho mais movimento de tronco, ombro, um pouco do movimento de dedos. Na minha visão a recuperação está muito boa, apesar de ninguém poder falar o que vai acontecer.”
Esperança
Pedro Marques conta que um médico disse que há uma chance da medula descomprimir e desinchar, já que não houve um rompimento. Antes da paralisia, Pedro Marques sonhava em abrir uma empresa no ramo da moda ao lado de sua namorada e também iria a pedir em noivado. “Estou melhorando dia após dia e em breve vamos noivar.”
Campanha
Pedro Marques vai precisar de ajuda para realizar tratamentos mais intensivos em Brasília a partir de janeiro de 2025 e em breve vai abrir campanha para que todos possam de alguma forma ajudar no caso. Pedro frisa que não é só apoio financeiro e sim apoio psicológico. “Fico feliz em poder divulgar o que aconteceu comigo e mostrar para as outras pessoas que pode acontecer. Quando sentir uma dor, vai atrás”, conclui.