A maior parte das crianças se recupera do coronavírus em apenas uma semana e uma pequena quantia desenvolve a nomeada “covid longa”. Dessa maneira, quase todas se curam completamente em dois meses, diz uma pesquisa feita pela King’s College London, no Reino Unido, divulgada ontem na Lancet Child & Adolescent Health.
Os cientistas examinaram relatórios diários de saúde de 250 mil crianças entre 5 e 17 anos no aplicativo ZOE COVID Symptom Study, expostos por pais ou responsáveis, de setembro do ano passado e fevereiro deste ano, momento de volta às aulas e pico da onda de inverno na Europa. Entre elas, quase 7 mil testaram positivo para a covid-19, além de sintomas da doença.
No período, 1.734 crianças tiveram um começo e fim claros da doença, possibilitando aos pesquisadores estabelecerem uma durabilidade da doença e a frequência dos sintomas.
Uma em cada 20 crianças, ou seja, 4,4%, apresentaram sintomas por mais de um mês. A dor de cabeça foi o sintoma mais dito no primeira primeira fase da doença, e a perda de olfato, o mais duradouro, surgindo no decorrer da doença e permanecendo por mais tempo. Dessa maneira, foram descritos seis sintomas distintos na primeira semana e oito no total ao longo da doença. Não existiu relatos de sintomas neurológicos graves, como convulsões, diminuição da concentração ou quadros de ansiedade.
As crianças infectadas tiveram em média dois sintomas persistentes, sendo os mais comuns perda de olfato, dor de cabeça e fadiga.
Aproximadamente 1,8% informou ter tido sintomas por mais de dois meses, o que equivale a um em cada 50 crianças.
O estudo também revela que adolescentes costumam ficar doentes por mais tempo e ter sintomas constantes depois de um mês. Adolescentes entre 12 e 17 anos tiveram sintomas por sete dias em média, e crianças entre 5 e 11 anos, por cinco. Não existiu diferença na quantia de crianças que ainda apresentavam sintomas após 2 meses.
“É reconfortante que o número de crianças com sintomas duradouros de covid-19 seja baixo. No entanto, um pequeno número de crianças sofre de covid longa e nosso estudo validou as experiências dessas crianças”, afirmou Emma Duncan , principal autora do estudo, por meio um comunicado.
Os pesquisadores também classificaram crianças com resultado negativo para coronavírus, porém, com sintomas que podem ser concedidos para outras doenças, como gripe e resfriado.
Eles constataram que crianças com covid-19 ficaram doentes por mais tempo em comparação a crianças com outras doenças, sendo uma média de seis dias para coronavírus e três para outras enfermidades.