China solicita que análise sobre início da covid-19 seja expandida para outros países

Estudo do Hospital das Clínicas revela que 70% das pessoas infectadas com coronavírus podem apresentar sequelas um ano depois da alta

Foto: Divulgação

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A China estabeleceu nesta sexta-feira (13) que a análise a respeito do início da covid-19 seja expandida para outros países. O país declara que a suposição de que o vírus saiu de um laboratório de Wuhan é “extremamente improvável”.

“Nenhum país tem o direito de colocar os seus interesses políticos à frente da ciência”, afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaxou, em entrevista coletiva. Ele reagiu assim à intimidação dos Estados Unidos para que o Instituto de Virologia de Wuhan seja investigado.

A exposição da primeira atribuição da Organização Mundial da Saúde (OMS) a Wuhan, divulgado em abril, apontou quatro possíveis origens, isentando que a de um acidente de laboratório era a menos comprovável.

Contudo, a OMS passou nas últimas semanas a dar maior ênfase para aquela chance. A organização solicitou “espaço” para continuar a busca, depois que a China recusou que a próxima etapa da investigação fosse feita no próprio território. “Todas as partes devem respeitar esse estudo, incluindo a própria OMS.”

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também pediu à China “para que seja transparente e aberta” e forneça “dados brutos sobre os primeiros dias da pandemia”.

Pequim contestou que tenha capturado informações ou delimitado o trabalho dos cientistas da OMS que viajaram a Wuhan.

O chefe da equipe de especialistas chineses que examinaram o começo da covid-19, Liang Wannian, afirmou que a “próxima fase das investigações deve ser realizada em outros países.”

Liang apresentou a teoria de que o vírus pode ter chegado ao mercado Huanan, em Wuhan, onde o primeiro surto de coronavírus foi identificado “por meio de alimentos congelados importados”.

A imprensa oficial chinesa listou nesta semana outros países com a origem da covid-19, englobando Espanha, Itália, França ou Estados Unidos.

“Se não quisermos abandonar essa teoria do laboratório, devemos também investigar outros centros, como [o laboratório do Exército norte-americano] Fort Detrick, mas acreditamos que o relatório da OMS, que considera uma fuga altamente improvável, deve ser respeitado”, disse Ma.

A imprensa chinesa apontou o biólogo suíço Wilson Edwards como o que divulgou a politização da pandemia contra a China, porém, que a embaixada Suíça na China disse não existir.

As notícias da imprensa estatal chinesa enunciaram a conta de Edwards na rede social Facebook, no entanto excluída, na qual o biólogo inexistente teria criticado os EUA e a OMS por pressionarem a China a autorizar uma investigação mais otimizada do laboratório em Wuhan.

As críticas de Ma e a ofensiva da imprensa estatal chegam quase três meses após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter estabelecido que os serviços de inteligência do país investiguem a origem da pandemia, depois de garantir que vários investigadores do Instituto de Virologia de Wuhan adoeceram em novembro de 2019.

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