Imunizar crianças é essencial para vacinação na íntegra, afirma estudo da Fiocruz

Maior parte das crianças se recupera do coronavírus em apenas uma semana, diz pesquisa

Foto: Divulgação

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Sem a imunização na íntegra das crianças brasileiras em combate ao coronavírus, raramente será alcançado os níveis mínimos de vacinação essenciais para a proteção comunitária da população no Brasil. A afirmação é de um estudo inédito da Fiocruz, apresentado à Revista Brasileira de Epidemiologia e exposto em formato preprint ontem.

A publicação ocorre em torno da polêmica capitaneada pelo governo a respeito da vacinação dos menores de 5 a 11 anos.

O trabalho observa o progresso da cobertura vacinal no país e consta que o ritmo do avanço da imunização vem caindo minuciosamente desde setembro e já chegou perto da interrupção. Caso essa predisposição seja confirmada, no fim do processo aproximadamente 75% da população estará vacinada, o que é não é o bastante para a proteção coletiva. O ideal é ter no mínimo, 85%. Segundo os pesquisadores, sem as crianças, será quase impossível atingir essa taxa.

De acordo com o estudo, a principal maneira de superar a curva de estagnação num patamar baixo é aumentar as faixas etárias elegíveis para a imunização, com a vacinação das crianças de 5 a 11 anos. Apesar de que o uso da vacina da Pfizer já esteja concedido pela Anvisa para essa faixa etária, o governo vem criando barreiras para oferecer o imunizante.

Dessa maneira, segundo os especialistas, mesmo que o índice de menores que apresentam casos graves de coronavírus seja pequeno em relação ao de idosos, a doença já matou mais crianças do que as 20 enfermidades contidas pelo calendário nacional de imunização.

Conforme o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, 1.148 crianças de 0 a 9 anos morreram de covid-19 no país desde o começo da pandemia. A quantia equivale a 0,18% do total dos óbitos. Contudo, supera o total de mortes infantis por doenças preveníveis com vacinação ocorridas entre 2006 e 2020 no Brasil (955).

“É muito menos criança do que idoso atingido, mas não é um risco que pode ser ignorado. Além do mais, a escassez de leitos de UTI neonatal e pediátrica é um problema crônico do Brasil, bem conhecido, bem documentado”, diz o pesquisador Raphael Guimarães, do Observatório Covid-19 da Fiocruz e um dos autores do estudo.

Outro procedimento para crescer a taxa de indivíduos protegidos é buscar ativamente por aqueles que ainda não apareceram para se imunizar. A pesquisa revela que cerca de 10% da população adulta elegível para a vacinação ainda não compareceu para receber a primeira dose. De acordo com pesquisadores, as pessoas que realmente são contrárias à vacinação respondem por uma parte irrelevante disso. A maior parte acredita está tendo dificuldade de acesso à imunização.

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