Antidepressivo fluvoxamina diminui em até 32% as internações de pacientes com comorbidades e com o coronavírus

Antidepressivo fluvoxamina diminui em até 32% as internações de pacientes com comorbidades e com o coronavírus

Foto: Divulgação

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O antidepressivo fluvoxamina pode reduzir em até 32% as internações expandidas de pacientes ambulatoriais com comorbidades e com o coronavírus diagnosticadas precocemente. Essa foi a conclusão de uma pesquisa realizada com voluntários brasileiros e canadenses que foi publicada na conceituada revista científica The Lancet ontem.

Os pesquisadores atuaram com um grupo de 1.497 brasileiros não imunizados, com teste PCR positivo para a doença e com ao menos um fator de risco para a Covid grave, de 20 de janeiro a 5 de agosto deste ano. A idade média dos participantes foi de 50 anos, e 58% eram do sexo feminino. O estudo foi feito em 11 municípios de Minas Gerais. Um grupo de 756 voluntários recebeu tratamento com placebo, ou seja, remédio sem efeito. Outro grupo, com 741 indivíduos, fez uso de 100 ml do antidepressivo duas vezes por dia.

Entre os participantes que receberam o remédio no atendimento de emergência, 79 foram internados e ficaram mais de seis horas em um ambiente de emergência. Já entre os que receberam placebo, 119 precisaram de mais de seis horas de internação. Os medicamentos foram dados por dez dias aos voluntários.

Os resultados revelaram uma diminuição do risco de hospitalização estendida ou atendimento de emergência de 5% e uma contenção do risco relativo de 32%.

Acerca da mortalidade, somente uma pessoa do grupo que recebeu pelo menos 80% do medicamento morreu e houve 12 óbitos entre os que receberam placebo.  Em um artigo publicado no periódico, o pesquisador Otavio Berwanger, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, salientou a importância do estudo, porém, avisou que mais ensaios devem ser feitos antes do uso estável no tratamento da doença.

“A resposta definitiva sobre os efeitos da fluvoxamina em desfechos individuais, como mortalidade e hospitalizações, ainda precisa ser abordada. Além disso, ainda não foi estabelecido se a fluvoxamina tem um efeito aditivo a outras terapias e qual é o esquema terapêutico ideal do medicamento. Ainda não está claro se os resultados a outras populações de pacientes ambulatoriais com Covid-19, incluindo aqueles sem fatores de risco para a progressão da doença, aqueles que estão totalmente vacinados e aqueles infectados com a variante Delta ou outras variantes”, disse o especialista.

A fluvoxamina é um inibidor seletivo da recaptação da serotonina, um neurotransmissor que age na comunicação entre as células nervosas. O medicamento é recomendado para o tratamento da depressão, transtornos obsessivo-compulsivos e outras problemas da saúde mental. Os medicamentos só são vendidos com receita médica e o uso em combate ao coronavírus só deve ser feito com orientação médica.

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