A fome oculta é estabelecida de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma deficiência de macronutrientes, ou seja, de vitaminas e minerais. Dessa maneira, é um desequilíbrio na alimentação causado devido o consumo insuficiente dos alimentos que são fontes desses macronutrientes primordiais, tais como frutas, legumes, verduras, peixes, óleos vegetais, entre outros.
De acordo com a nutricionista Célia Bortolotti, a fome é batizada de oculta porque o incômodo não está no estômago vazio. “Quem sente a falta de alimentos é o organismo, que não consegue funcionar direito”, afirma.
Ainda segundo ela, geralmente o indivíduo pode apresentar sintomas como compulsão alimentar e a sensação de que nada satisfaz, cansaço constante, infecções frequentes, isto é, imunidade baixa, queda de cabelo, unhas fracas e fome exagerada ou a toda hora.
É necessário ter em mente que nem tudo pode ser associado a fome oculta. Para Célia, os sintomas também podem ter relação com outras situações emocionais e estresse, além de outros problemas de saúde.
Diferentemente da fome ou da má nutrição, a fome oculta pode aparecer mesmo em pessoas que ingerem calorias de modo adequado ou até mesmo naquelas que apresentam excesso de peso ou obesidade. “A fome oculta não acomete somente os indivíduos que vivem em situação de escassez de comida, mas também aqueles que consomem alimentos em excesso. Estar em sobrepeso não quer dizer que esteja nutrido. A questão não é a quantidade, mas a qualidade do que se come”, diz a nutricionista.
As gestantes, idosos e crianças são os mais afetados, contudo, as crianças são as mais prejudicadas, pois dependem das escolhas alimentares dos pais. “É uma doença que a gente não vê, a criança pode estar com o peso adequado, crescimento adequado, mas não tem a quantidade de nutrientes necessários por falta de uma dieta balanceada”, relata Célia.
O diagnóstico é feito a partir do exame de sangue, que detecta a carência de nutrientes. A identificação precoce é muito importante para reverter o quadro sem grandes prejuízos para a saúde. Um bom profissional poderá determinar o que de fato está acontecendo, para assim, buscar uma solução.
Dica
Conforme a nutricionista Célia Bortolotti, o prato deve ser colorido, onde temos uma variedade de vitaminas e minerais. “Não devemos esquecer das frutas, verduras e legumes. Acrescente uma proteína (carne magra, frango, peixe, leite, ovo, queijo, feijão), um carboidrato integral (arroz) e um pouco de gordura saudável (azeite), assim montamos um prato colorido, simples e cheio de nutrientes.”