Autoridades, especialistas e representantes do setor produtivo se reúnem a partir desta terça-feira (9), em Foz do Iguaçu, no Paraná, para discutir estratégias de prevenção e combate à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), conhecida popularmente como gripe aviária. Desde 2022, quase 2,5 mil surtos da doença foram registrados nas Américas, sendo 185 casos confirmados no Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde Animal.
Em maio deste ano, o país enfrentou o primeiro foco da doença em uma granja comercial localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul, o que levou ao abate de 17 mil aves. Apesar do episódio ter sido controlado em menos de um mês, garantindo ao Brasil o status de país livre da IAAP, o caso evidenciou os impactos econômicos e sanitários da doença, que é altamente contagiosa entre aves e pode atingir outras espécies. Casos em humanos são raros, mas a mortalidade é elevada.
O evento, promovido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), marcará o lançamento da Estratégia Global 2024–2033 para a Prevenção e Controle da IAAP, desenvolvida em parceria com a Organização Mundial de Saúde Animal. O objetivo é apoiar a criação e execução de planos nacionais e regionais, mitigando o risco de disseminação da doença além das fronteiras e evitando a possibilidade de uma pandemia global.
Segundo Jorge Meza, representante da FAO no Brasil, a comunicação eficaz é fundamental para o sucesso desses planos. “Um sistema de segurança e defesa depende de que todos os envolvidos tenham informações claras e capacitação adequada. Isso vale tanto para grandes produtores quanto para os pequenos, que devem estar preparados para agir corretamente diante de qualquer situação de risco”, afirma.
Meza destaca ainda que os planos precisam considerar as diversas formas de produção de aves no país, desde granjas comerciais de grande porte até criações em pequena e média escala, seja com aves confinadas ou em sistema de pasto. Ele reforça a importância do respeito às boas práticas de produção e da necessidade de cadastro dos produtores junto às autoridades competentes, permitindo que todos recebam informações sobre inocuidade, riscos e ações a serem tomadas em caso de surtos.
