No mais recente Boletim Epdemiológico, Maringá registrou 1.582 casos confirmados de dengue e já soma quatro óbitos, sendo três homens e uma mulher, todos com comorbidades e com quadros clínicos agravados pelo vírus do mosquito Aedes aegypti, sendo a última vítima no dia 8 de abril. No Paraná os três sorotipos da dengue estão em circulação: Tipos 1, 2 e 3, o que ocasiona casos mais graves da doença.
O Secretário de Saúde, Antônio Carlos Nardi, explicou que com os três sorotipos circulando a atenção tem que ser ainda maior. Casos leves de dengue serão raros. “Temos que informar toda a população que a dengue mata e é um dever meu, seu e de todos, eliminar todo e qualquer criadouro que possa proliferar o mosquito Aedes aegypti.”
Nardi destaca que o trabalho permanente da secretaria segue diariamente com 185 agentes de endemia, trabalho de campo, técnica do BRI-Aedes aplicada, ovitrampas impregnadas (armadilhas que ajudam a combater a dengue, atraindo as fêmeas do mosquito Aedes aegypti para depositarem seus ovos), e ainda a fiscalização nos quintais. “A recuperação dos imóveis aos finais de semana que se encontram fechados durante os períodos das visitas de rotina, também tem sido feitas, mas o cidadão tem que exercer o seu dever”, salienta o secretário.
Eliminar o pratinho embaixo do vaso de flor, lavar com a água e sabão o entorno de todo e qualquer recipiente de servir água para os pets, ralos das cozinhas, banheiros, edículas, varandas das casas, desentupir calhas, limpar os quintais, são maneiras simples para manter o nosso ambiente residencial de convívio social e de trabalho, livre de focos de proliferação do mosquito. “Eliminando o criadouro fica bem mais fácil nós não termos o problema nas nossas famílias, porque dengue mata e eliminá-la está ao alcance de nossas mãos”, enfatiza Nardi.
No Estado
Segundo a última divulgação da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) mais 5.767 casos da doença foram constatados, além de dois óbitos. Os dados do novo ano epidemiológico 2025 totalizam 147.531 notificações, 42.802 diagnósticos confirmados e 33 óbitos em decorrência da dengue no Estado.
Ao todo, 395 municípios já apresentaram notificações da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e 352 possuem casos confirmados. Os dois novos óbitos são de Apucarana (uma mulher de 65 anos sem comorbidades) e de Toledo (um homem de 75 anos com comorbidades). As mortes ocorreram em março e abril, respectivamente.
As regionais com os maiores números de casos confirmados neste período epidemiológico são a 17ª RS de Londrina (9.974); 14ª Regional de Saúde de Paranavaí (9.127); 15ª RS Maringá (5.188); 12ª RS de Umuarama (2.997) e 19ª RS Jacarezinho (2.773).
Superlotação
O prefeito de Maringá Silvio Barros esteve na UPA Zona Sul, e constatou a superlotação. Ele disse que foi um dia atípico na UPA, embora todos os finais de semana ou em feriados prolongados, exista, segundo ele, uma sobrecarga nas Unidades de Pronto Atendimento. “Os hospitais e outros lugares onde as pessoas são atendidas estão fechados, então acaba sobrecarregando a nossa estrutura”. Aliado a isso, a dengue tem aumentado cada vez mais. “Nós estamos com problema sério de dengue. Muita gente com sintomas de dengue e isto é anormal. A maioria das pessoas que estavam lá precisando de uma UPA estava realmente com sintomas de dengue.”
Barros destaca que no local, a cada dez pessoas, seis ou sete não precisariam estar lá, pois estavam com a pulseira verde, ou seja, deveriam ter sido atendidas na Unidade Básica de Saúde (UBS), que também não funciona no final de semana. “A saúde está desestruturada, houve um desmonte no sistema de atendimento, particularmente na atenção primária, o que está nos levando a fazer uma recuperação de todo o sistema e isso sobrecarrega as UBS.”
Ele explicou que algumas ações de prevenção deixaram de serem feitas. Como as visitas dos agentes comunitários de saúde e o Espaço Saúde. “Nós agora temos as UBS’s totalmente focadas na doença e não na promoção da saúde e como eu sempre digo, a cidade saudável é aquela onde as pessoas ficam menos doentes, isso só se faz com promoção e prevenção, também foi desativado”.
Unidades sem manutenção e mais médicos
Segundo o prefeito, várias UBS’s não estão em condições de realizar atendimentos, tanto pela estrutura física, como pelos recursos humanos, sendo necessária a manutenção das unidades e a contratação de profissionais. “A partir do momento que a gente conseguir atender na UBS, nós vamos descongestionar as UPA’s e quem precisa do atendimento emergencial será tratado com muito mais dignidade e respeito em uma velocidade que a norma estabelece”. De imediato vai ser feita a contratação de médicos para amenizar a aglomeração de pacientes e em seguida a reestruturação e reformas necessárias, como avalia Barros. “Na medida em que a gente conhece, vive de fato o que eu senti do cidadão, a gente sente que precisa mudar muito rapidamente, mas a nossa equipe está consciente disso, estamos buscando recursos para fazer essa reestruturação.”
Mais números de casos da 15ª semana epidemiológica em Maringá
5.640 NOTIFICADOS
18 IMPORTADOS
3.843 DESCARTADOS
215 EM ANÁLISE