Nesta sexta-feira (28) a equipe médica do Hospital Municipal de Maringá juntamente com o secretário de inovação, aceleração econômica, turismo e comunicação, Marcos Cordiolli, apresentaram dados comparativos preocupantes dos últimos três meses da UTI covid-19 registrados na unidade.
No período entre os dias 4 de março até 20 de maio a faixa etária era de 58 anos, com o tempo médio em torno de 11 dias e taxa de mortalidade de 69,7%. Um novo perfil apareceu nas últimas semanas e a média de idade caiu para 47 anos, porém o tempo de internamento aumentou para 13 dias (há casos de internações com até 40 dias) e a taxa de mortalidade baixou para 59,6%, ou seja, com a menor idade dos internados estes acabam ficando mais tempo nas unidades de terapia intensiva (UTI).
Os pacientes que chegam ao hospital já estão com a doença em um quadro mais grave. No período entre 4 de março a 27 de maio a taxa de utilização de ventilação mecânica era de 85%, já na última semana cresceu para 95% e a necessidade do uso de drogas vasoativas também aumentou, saltando de 70% para 95%.
“Os jovens ocupam mais tempo dentro da UTI. Automaticamente é necessário investir em mais medicamentos, mais recursos humanos e mais tempo de utilização de equipamentos”, explica o diretor do Hospital Municipal, Welynton de Souza. Segundo ele é muito difícil ter que avisar os familiares dos jovens quando é necessário fazer a intubação e principalmente quando precisam comunicar o falecimento. “Eu me emociono porque é um trabalho que realizo diariamente”, afirmou.
O secretário Marcos Cordiolli destacou o trabalho realizado pela prefeitura e secretaria de saúde, de reestruturação para o enfrentamento da pandemia. “Reforço ainda que não perdemos nenhum paciente por falta de leito. Perdemos, infelizmente, pela ação devastadora do vírus”, ressalta.
A diretora de urgência e emergência da secretaria de saúde, Tamara Cassiano, apontou ainda que, além da demanda de pacientes com covid-19, reforçou a preocupação de pacientes clínicos e pessoas com comorbidades também necessitarem de leitos. E o diretor de planejamento da secretaria de saúde, Hudson Guimarães, fez um segundo pedido para a população não deixar de tomar a segunda dose da vacina contra o coronavírus.