Apartamentos que conhecemos como “decorados” chamam sempre atenção quando acompanhamos lançamentos de novos empreendimentos residenciais. Nesse projeto de decorado do Edifício Capri em Apucarana, as arquitetas Maira Rossi e Karen Felix do escritório archi[lab], tinham como maior desafio a garantia de atingir os gostos do público alvo. E deu certo. Com 10 anos de história, o escritório agregou ao projeto muita personalidade traduzida por materiais nobres e puros, trazendo uma arquitetura minimalista e atemporal. “Buscamos criar uma atmosfera acolhedora através da mistura de materiais e texturas como pedras, vidro, elementos naturais, minerais e a nobreza da madeira. Os materiais naturais tem essa característica, de ser além do tempo, não seguir modismos e tendências, portanto a proposta era que o projeto do apartamento estivesse sempre atual, independente do tempo.” destacam as arquitetas.
Além da escolha de materiais, outro destaque do projeto é a integração dos ambientes sociais, modalidade comum na arquitetura contemporânea. O principal objetivo dessa escolha foi a experiência dos moradores nesses espaços. “Os espaços integrados foram pensados para proporcionar aos moradores experiências: reunir os amigos ao redor da mesa, desfrutar de bons momentos, decorar a casa com flores da estação […] O projeto tem como enfoque a experiência de morar e receber como o novo luxo.” apontam Maira e Karen. Confira abaixo a entrevista completa com as arquitetas responsáveis pelo projeto.
Igor Mendes – Conte um pouco sobre a história do archi[lab]. A quanto tempo atuam na área da arquitetura, quais os segmentos do escritório, etc.
Maira e Karen – Completamos 10 anos de escritório em março! Enxergamos a arquitetura como um todo, desde o branding, curadoria, cenografia, interiores e projetos arquitetônicos para diferentes segmentos. Atendendo diferentes escalas e programas, o archi[lab] busca apresentar novas ideias e conceitos para que o espaço seja compreendido e vivenciado como um agente transformador.
IM – O projeto no edifício Capri é o que chamamos de “Apartamento Decorado”. Qual foi o maior desafio para o escritório no processo de criação e conceituação nesse tipo de projeto?
MK – No desenvolvimento de projetos para incorporadoras, o maior desafio é sempre garantir que o briefing e o público alvo estejam bem definidos e alinhados ao empreendimento. A possibilidade de personalizar cada detalhe contribuiu para os espaços ganharem identidade, ao mesmo tempo em que agradassem um público exigente.
IM – Os tons neutros como cinzas, brancos e amadeirados em traços minimalistas trazem uma grande atemporalidade aos espaços projetados para o apartamento. Qual foi a intenção por trás da escolha desses materiais, texturas e linhas?
MK – Buscamos criar uma atmosfera acolhedora através da mistura de materiais e texturas como pedras, vidro, elementos naturais, minerais e a nobreza da madeira. Os materiais naturais tem essa característica, de ser além do tempo, não seguir modismos e tendências, portanto a proposta era que o projeto do apartamento estivesse sempre atual, independente do tempo.
IM – A integração dos ambientes de estar, jantar e cozinha é um elemento comum na arquitetura contemporânea. Qual a importância dessa estratégia para o projeto do Decorado Capri?
MK – No apartamento decorado, os espaços integrados foram pensados para proporcionar aos moradores experiências: reunir os amigos ao redor da mesa, desfrutar de bons momentos, decorar a casa com flores da estação, são atividades que trazem conforto, sensação de bem-estar, prazer sensorial e visual. O projeto tem como enfoque a experiência de morar e receber como o novo luxo.
IM – Os dormitórios receberam pontos suaves de personalidade em tons e texturas diferentes do restante do apartamento. Qual foi a intenção em fazer esse pequeno contraste entre área comum e área privativa?
MK – Quando pensamos em integração dos ambientes, conforme citamos acima, toda a composição de materiais e linguagem é pensada em conjunto: um ambiente precisa conversar com o outro, promover a interação entre as atividades e funções, além da estética. Já na área íntima, os quartos ficam em ambientes separados, ligados apenas por uma sala íntima. Desta forma foi possível trazer uma “personalidade” para cada ambiente, imaginando como seria o usuário, suas atividades, hobbies, dia-a-dia. No quarto do casal, tons mais suaves, um espaço de descanso, relaxamento, leitura. Nas outras suítes, um quarto mais feminino, com penteadeira, espaço para acessórios, e no último, um ambiente pensado para um jovem estudante, com um toque de cor mais profundo nas paredes, detalhes em couro. Para cada ambiente, uma personalidade, mas todos dentro do mesmo estilo.
IM – Qual a importância e o impacto que esse tipo de projeto traz para a cidade de Apucarana, por ser considerada uma cidade pequena mas em grande desenvolvimento?
MK – O Edifício Capri trouxe um conceito muito atual de empreendimento imobiliário para a cidade, priorizando não somente o morar, mas a qualidade de vida e a percepção sensorial dos moradores. Este conceito foi de encontro à linguagem atemporal dos projetos desenvolvidos pelo escritório, e saber que contribuímos para o desenvolvimento e ampliação do repertório arquitetônico da cidade é muito gratificante.