É impressionante como, muitas vezes, nos pegamos repetindo padrões de comportamento que vimos em nossos pais ou familiares, mesmo aqueles que nos causaram dor e sofrimento no passado. Esses padrões podem se manifestar de diversas formas, como agressividade, adições, compulsões, relacionamentos problemáticos e até mesmo visões negativas sobre nós mesmos e o mundo ao nosso redor. Hoje, quero compartilhar com vocês minhas reflexões sobre por que repetimos esses padrões e como podemos romper esse ciclo.
Desde a infância, somos expostos a experiências que moldam nossa visão de mundo e nosso comportamento. Algumas dessas experiências podem ser traumáticas, deixando marcas profundas em nossa vida adulta. Por mais que tenhamos sofrido com esses traumas, frequentemente nos vemos incapazes de evitar repetir os mesmos padrões sobre outras pessoas à nossa volta. Por que isso acontece?
A resposta para essa pergunta está em nossa necessidade de pertencimento e lealdade à nossa família, mesmo que isso signifique adotar comportamentos disfuncionais. Aprendemos desde cedo que devemos nos identificar com o nosso “clã”, mesmo que isso signifique perpetuar dinâmicas pouco saudáveis ou prejudiciais. Isso acontece porque, ao nos identificarmos com esses padrões familiares, sentimos uma espécie de conforto cognitivo, por sabermos que pertencemos a algo que nos é familiar.
Entretanto, essa lealdade cega pode nos levar a repetir comportamentos e padrões que não são benéficos para nós e para os outros. É como se estivéssemos em um piloto automático, sem desenvolver a capacidade de escolher conscientemente o que é melhor para nós.
Mas como podemos romper esse ciclo? Primeiramente, é essencial reconhecer os padrões que temos repetido em nossas vidas. Reflita sobre as situações em que você percebe esses padrões e quais comportamentos você tem reproduzido. A autoconsciência é o primeiro passo para a mudança.
Em seguida, é importante questionar-se sobre o que você realmente quer para a sua vida e o que precisa ser feito para alcançar esses objetivos. Isso envolve analisar o que você aprendeu com sua família e avaliar se essas lições são realmente úteis e saudáveis. Lembre-se de que você tem a capacidade de escolher conscientemente seu próprio caminho e desenvolver seu próprio conjunto de valores e crenças.
Busque apoio e recursos para ajudá-lo a enfrentar e superar esses padrões tóxicos. Isso pode incluir terapia, grupos de apoio, leituras, cursos e qualquer outra ferramenta que possa contribuir para o seu crescimento pessoal. Lembre-se de que mudar comportamentos enraizados não é fácil, mas é possível e vale a pena.
Ao romper o ciclo de padrões tóxicos e traumas familiares, você não apenas melhora sua própria vida, mas também cria um ambiente mais saudável para as pessoas ao seu redor. A mudança começa em você e se estende aos outros, possibilitando a criação de um ciclo virtuoso de amor, compreensão e crescimento.
Além disso, ao quebrar esses padrões negativos, você se torna um exemplo para as gerações futuras, mostrando que é possível superar as adversidades e construir uma vida mais plena e significativa. Afinal, nossa jornada de autoconhecimento e transformação não beneficia apenas a nós mesmos, mas também a todos que nos cercam.
Entenda que repetir padrões negativos e tóxicos é algo que muitos de nós enfrentamos, seja por lealdade familiar, conforto cognitivo ou apenas por não saber como agir de maneira diferente. No entanto, é possível romper esse ciclo por meio do autoconhecimento, questionamento e busca de apoio e recursos. Ao fazer isso, você se liberta dessas amarras e abre caminho para uma vida mais saudável, feliz e plena, tanto para você quanto para aqueles que ama.
Adilson Costa
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