“O Grande Ditador” é um filme de comédia de 1940 dirigido, roteirizado, produzido e estrelado por Charlie Chaplin. É conhecido por ser um dos seus filmes mais políticos e ambiciosos, e foi um dos primeiros a criticar publicamente o regime nazista de Adolf Hitler.
O filme apresenta Chaplin interpretando dois papéis: um é o do seu icônico personagem Tramp, e o outro é o do líder alemão, Adenoid Hynkel. O filme é uma sátira da vida política na Alemanha dos anos 30, e retrata o regime nazista como sendo composto por indivíduos que buscam o poder e a dominação, sem se importar com as consequências para o povo.
O filme também destaca a importância da humanidade e da empatia, e a necessidade de resistir à opressão e intolerância. Ao mesmo tempo, o filme também é um grande elogio ao poder criativo do cinema como meio de expressão social e política. O filme foi muito bem sucedido comercial e crítica.
Sinopse
O filme é uma comédia de 1940 estrelada e dirigida por Charlie Chaplin. O Grande Ditador conta a história que segue o personagem icônico de Chaplin, o Tramp, que é confundido com um líder político alemão chamado Adenoid Hynkel. Enquanto isso, o verdadeiro Hynkel está ocupado perseguindo judeus e outros grupos considerados “inferiores” pelo regime nazista.
Como o Tramp é confundido com Hynkel, ele é levado ao poder e começa a fazer discursos inspiradores sobre a igualdade e a paz. Enquanto isso, o verdadeiro Hynkel segue com seus planos de conquistar Europa e seus oponentes políticos são presos ou assassinados.
Tramp tenta mudar as coisas, mas é finalmente exposto e preso. No final do filme, ele faz um discurso emocionante e surpreendente, pedindo a humanidade e a compaixão. O filme tem como objetivo criticar o regime nazista e os líderes autoritários, criticando sua busca pelo poder e intolerância, ao mesmo tempo em que ressalta a importância da humanidade e da empatia.
Ficha Técnica
O O Grande Ditador é estrelado por Chaplin tendo como elenco/produção:
- Direção: Charles Chaplin
- Roteiro: Charles Chaplin
- Produção: Charles Chaplin
- Fotografia: Karl Struss
- Edição: Charles Chaplin
- Música: Charles Chaplin
Alguns dos atores do elenco são:
- Charles Chaplin como Adenoid Hynkel / Barbeiro judeu
- Jack Oakie como Napaloni
- Reginald Gardiner como Garbitsch
- Henry Daniell como Herring
- Billy Gilbert como Schultz
- Paulette Goddard como Hannah
“Discurso Icônico”
“Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio… negros… brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo as muralhas do ódio… e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloquente à bondade do homem… um apelo à fraternidade universal… à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora… milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas… vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes.
Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia… da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais… que vos desprezam… que vos escravizam… que arregimentam as vossas vidas… que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão!
Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas.
O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela… de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo… um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!.” – O Grande Ditador
Sobre Chaplin
Charlie Chaplin foi um ator, cineasta, roteirista e compositor britânico conhecido por sua carreira no cinema mudo. Ele é amplamente considerado como um dos maiores cómicos de todos os tempos e uma das figuras mais importantes do cinema mundial.
Ele nasceu em Londres em 1889 e começou a trabalhar como ator cedo na vida. Durante a década de 1910, ele se mudou para os Estados Unidos, onde se juntou à Keystone Studios e começou a fazer comédias curtas.
Em 1915, ele se juntou à Mutual Film Corporation, onde produziu e estrelou em muitos de seus filmes mais famosos, incluindo “O Garoto”, “Tempos Modernos” e “O Grande Ditador”. Depois do advento do cinema falado, Chaplin continuou a fazer filmes, incluindo “Luzes da Cidade”, “O Tempos Modernos” e “O Rei da Comédia” .
Ele morreu em Vevey, Suíça, em 1977, o prêmio pelos seus feitos incluem:
- O Oscar de Melhor Roteiro Original por “Luzes da Cidade” em 1931.
- Um Oscar Honorenous em 1972 pelos “reconhecimento de sua contribuição criativa e de sua importância no desenvolvimento do cinema mundial”
- O Prêmio Internacional de Cinema do Festival de Cannes em 1972.
- O Prêmio BAFTA Academy Fellowship em 1973.
- A estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 1972.
- Um Prêmio Kennedy Center Honors em 1978.
Video Ator recebendo Oscar:
Recomendações de Leitura
- Admirável mundo Novo – “Aldous Huxley”
“Admirável Mundo Novo” é um romance distópico escrito por Aldous Huxley, publicado em 1932. O livro é uma satira da sociedade futurista utópica e descreve uma sociedade onde a tecnologia e a ciência são usadas para controlar a população e criar um mundo perfeito, mas frio e desumano.
A história segue o personagem principal, o jovem e idealista Bernard Marx, enquanto ele se envolve com os diferentes aspectos da sociedade distópica, incluindo a casta, a fertilidade controlada, e a manipulação dos indivíduos através da droga e da condicionamento.
Ao longo da história, Bernard começa a questionar os valores da sociedade e seus sentimentos e comportamentos são manipulados, ele finalmente se rebelar contra a ordem estabelecida.
O livro é visto como uma crítica às tendências tecnológicas e científicas da época, e também como um comentário sobre a natureza humana e a necessidade de liberdade e individualidade. Huxley escreveu uma sequencia “O ano é 2024” que foi publicado em 1949.
O romance é considerado como um dos mais influentes e famosos do século XX e segue sendo estudado e debatido na literatura e em outras disciplinas.
- Laranja Mecânica – “Anthony Burgess”
“Laranja Mecânica” é um romance de ficção distópica escrito por Anthony Burgess, publicado em 1962. O livro é narrado em primeira pessoa pelo protagonista, Alex, um jovem líder de uma gangue de delinquentes violentos chamados “droogs” em uma sociedade futura distópica.
A história segue a jornada de Alex enquanto ele é capturado e submetido a uma experiência científica para curar sua violência. O livro é uma crítica à violência, à moral e às instituições, e descreve como a sociedade tem o poder de modelar e controlar a personalidade humana.
O livro foi adaptado para um filme de mesmo nome dirigido por Stanley Kubrick em 1971, que foi bem sucedido tanto comercial como criticamente. O filme é amplamente considerado como uma obra-prima do cinema mundial e é frequentemente incluído em listas de melhores filmes de todos os tempos.
O livro e o filme são ambos notáveis por seus temas e estilo provocativo e violento e continuam a ser estudados e debatidos em várias disciplinas, incluindo literatura, cinema e estudos culturais.
- 1984 – “George Orwell”
“1984” é um romance distópico escrito por George Orwell, publicado em 1949. O livro descreve uma sociedade totalitária e opressiva no ano de 1984, onde o Estado controla todos os aspectos da vida das pessoas e viola constantemente sua privacidade e liberdade individual.
O protagonista, Winston Smith, é um funcionário do Estado que começa a questionar o sistema e a se rebelar contra ele. Enquanto isso, o Estado controla a população através do medo, da propaganda e da vigilância constante, incluindo a manipulação da linguagem através da “Nova Ordem de Linguagem” (Newspeak) para limitar a capacidade das pessoas de pensar crítica e independentemente.
O livro é visto como uma crítica às tendências totalitárias e autoritárias da época, em especial o Estado totalitário e o partido único na União Soviética e o Estado Nazi Alemão, além de uma previsão da possibilidade de uma futura sociedade opressiva e controlada.
Frases de Cinema
Em O Império Contra-Ataca (1980), Luke viaja para Dagobah em busca de um “grande guerreiro” para treiná-lo como um Jedi, e diz ao encontrar o Grande Mestre Ioda:
“Luke: – Procuro um Grande Guerreiro;
Ioda: – Grande Guerreiro? Guerra não fazer ninguém grande.”
Continue Lendo: O Maringá