Publicado originalmente em 1971, “Incidente em Antares” é um catatau de 500 páginas em que o escritor gaúcho Erico Verissimo (1905-1975), um dos grandes contadores de histórias da literatura brasileira, traça um apanhado do Brasil embalado pelo fantástico. A narrativa é sobre a rebelião de cadáveres durante uma greve de coveiros na fictícia cidade de Antares.
“Meio-dia, sexta-feira, 13 de dezembro de 1963. Uma assembleia é convocada em Antares, pequena cidade no sul do Brasil. Há uma greve geral, e até mesmo os coveiros estão sem trabalhar, de modo que os cadáveres não podem ser sepultados. À luz do sol, vagando livremente pelas ruas, os mortos-vivos enfim se sentem à vontade para vasculhar a intimidade alheia e falar o que bem entendem, sem receio de repressão das autoridades”, conforme sinopse.
Último romance de Verissimo, tornou-se emblemático e já foi adaptado para a TV aberta nos anos de 1990, pela Globo. E, agora em 2023, “Incidente em Antares” ganha uma edição especial com 608 páginas pela Companhia das Letras, com capa dura, ensaio visual e ampla fortuna crítica. O lançamento será em 27 de abril, em versão impressa (R$ 179,90) e e-book (R$ 49,90). A capa é de Mateus Valadares.
O presente volume traz posfácio do escritor Sérgio Rodrigues, que coordena a edição, além de ampla fortuna crítica e ensaio visual inédito do artista Fernando Vilela.
“Crítica política contundente, sátira da ditadura militar e marco do realismo fantástico – trata-se possivelmente do primeiro livro de zumbis do país –, ‘Incidente em Antares’ impressiona por seu vigor e sua atualidade”, diz a editora.
Autor
Erico Verissimo nasceu em 17 de dezembro de 1905 em Cruz Alta, no interior do Rio Grande do Sul. Trabalhou como bancário, balconista de armazém e farmacêutico até se mudar, aos 25 anos, para Porto Alegre. Na capital gaúcha, foi redator, diagramador e ilustrador da Revista do Globo. Autor de uma obra extensa e marcante, foi também tradutor de livros como “Contraponto”, de Aldous Huxley. Erico Verissimo morreu em 1975, antes de concluir o segundo volume de suas memórias, “Solo de clarineta”, publicado postumamente.
Eco
A editora Record lança nesta semana um box com três dos maiores romances de Umberto Eco (1932-2016), um dos mais importantes autores do século 20: “O nome da rosa”, “O cemitério de Praga” e “O pêndulo de Foucault”. São edições de luxo, com conteúdo inédito no Brasil. Além do projeto gráfico primoroso, a caixa também conta com um livreto escrito por Raphael Salomão Khède, professor de língua e literatura italiana da UERJ, e ilustrações inéditas no Brasil do próprio Umberto Eco no preparo para “O nome da rosa”. Mais informações: www.record.com.br/produto/box-umberto-eco/
Piva
A Companhia das Letras lança, no próximo dia 10 de março, “Morda meu coração na esquina: poesia reunida”, volume que reúne, pela primeira vez, a obra de Roberto Piva, uma das vozes mais libertárias, vigorosas e anárquicas da literatura brasileira. Avessa às convenções sociais, à moral, aos bons costumes, ao bom-mocismo e ao modo de vida burguês, sua poesia chocou os leitores de então e segue como referência ímpar para as gerações seguintes.
Piva 2
Com organização de Alcir Pécora, “Morda meu coração na esquina” (504 páginas, com capa de Elisa von Randow, R$ 99,90 em versão impressa) perfaz a trajetória de Piva, livro a livro, e traz textos de Claudio Willer, Eliane Robert Moraes e Davi Arrigucci Jr. A edição inclui ainda poemas esparsos, cronologia do autor e imagens publicadas na edição original de “Paranoia”, estreia de Piva em 1963.
Stefánsson
Outro lançamento da Cia das Letras para 10 de março é “A tristeza dos anjos”, de Jón Kalman Stefánsson, um dos maiores autores islandeses da contemporaneidade. O livro narra a mais nova e gélida aventura do rapaz de Paraíso e inferno, que desta vez enfrenta a paisagem islandesa na companhia de um carteiro à procura de seus destinatários.
Detetive
Depois de viver toda sorte de heróis de filmes de ação, o ator Liam Neeson encarna na telona um personagem clássico das histórias de detetive noir: Philip Marlowe. Trata-se da produção “Sombras de um crime” (“Marlowe”, no título original), com previsão de estreia em 30 de março. Dirigido por Neil Jordan, o longa-metragem traz Marlowe, que é contratado para encontrar o ex-amante da ambiciosa Clare Cavendish (Diane Kruger), herdeira da estrela de Hollywood Dorothy Quincannon (Jessica Lange). A investigação do desaparecimento dá início a uma série de reviravoltas mortais envolvendo a elite da indústria cinematográfica no final dos anos de 1930.
Barulho
O jornalista, escritor e crítico cultural André Barcinski lança de maneira independente uma nova edição de seu clássico livro “Barulho” (1992), sobre a cena do rock underground dos Estados Unidos. Essa obra revelou ao Brasil o Nirvana e a cena “grunge” de Seattle, e trouxe entrevistas com Ramones, The Cramps, Red Hot Chili Peppers, Ministry, Jello Biafra e outros. O livro ganhou o Prêmio Jabuti de 1993 na categoria “Reportagem”.
Barulho 2
A nova versão se chama “Barulho 30 anos” e tem capa dura, formato grande, 200 páginas (70 páginas a mais que o original), segunda parte com 60 fotos inéditas, papel couchê (quatro cores, design do Estúdio Risco) e novo prefácio escrito por Marcelo D2. A campanha de financiamento desse livro já está no ar.
Garotos Podres
A cena punk não seria a mesma sem o som do Garotos Podres, banda originária da Grande ABC, em São Paulo. E eles estarão em Maringá no próximo dia 11 de março, no Porão Bar (avenida Colombo, 7.096), em noite de shows, com início às 19h. Além dessa clássica banda, o espaço contará com apresentações de Turbulence (metal punk), Fossa!Punk (punk rock) e Londrina Ska Clube (ska); além da discotecagem Vinyland (punk, ska, 80s), com Andye Iore. Os ingressos já estão no 3º lote (R$ 60). A presença histórica do Garotos Podres na Cidade Canção é resultado da união de três bares (Beco 664 Underground Bar, Groove Brew House e Porão) e da Fossa!Punk. Mais informações: www.instagram.com/poraobarmaringa