Novo estudo publicado na revista científica Nature Communications no dia 28 de outubro mostra que duas doses da vacina AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fiocruz, conferem uma alta proteção contra a variante Gama em pessoas acima dos 60 anos. A pesquisa tomou como base São Paulo e revela que a segunda dose eleva em cerca de 30% a proteção contra a morte, em relação à aplicação da primeira, chegando a uma efetividade de 93,6%. O estudo foi conduzido por 20 pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos e da Espanha. Ele reforça às autoridades de saúde a necessidade de buscar os idosos faltosos e completar o seu esquema vacinal. A pesquisa teve a coordenação do pesquisador da Fiocruz, Julio Croda. Ela busca responder à escassez de dados sobre a efetividade da AstraZeneca na população idosa em países com uma alta prevalência da Gama, variante identificada pela primeira vez em Manaus. A escolha do Estado de São Paulo se deu em face de ser o mais populoso do país e que passou por três ondas da epidemia de Covid-19, acumulando mais de 3,89 milhões de casos e 130 mil mortes até 9 de julho deste ano. Durante a segunda e a terceira ondas, a variante Gama aumentou sua circulação e chegou a uma prevalência de 80,2% de março a maio deste ano. Segundo o coordenador do estudo, embora se saiba que os idosos têm a questão da imunossenescência (alterações do sistema imunológico provocadas pelo envelhecimento), a análise nos maiores de 60 anos mostra que, mesmo no contexto da circulação da Gama, o esquema vacinal completo garante uma boa proteção. “Daí a necessidade de buscar os faltosos, encontrar todo mundo que não completou o esquema vacinal e garantir que tomem as duas doses”, ressaltou Croda. O pesquisador também coordenou a pesquisa envolvendo a efetividade da Coronavac em idosos em São Paulo diante da circulação da Gama, publicada em agosto. O trabalho mostrou uma efetividade de 61,2% contra óbitos. Mas, Croda esclarece que as pesquisas não devem ser comparadas porque o coorte é diferente, com a Coronavac, que começou a ser aplicada antes, sendo usada por pessoas de 80, 90 anos (Co informações da Agência Fiocruz).
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