A resposta exata ninguém sabe dizer. No Ministério da Saúde a incerteza é o que prevalece, mesmo diante das pressões e cobranças da sociedade. Por enquanto, o MS definiu apenas quais serão as fases. A 1ª já começou, mas não há vacina para todas as pessoas incluídas nesta etapa. Nela estão os profissionais de saúde, as pessoas com mais de 75 anos, os idosos acolhidos em instituições de longa permanência (asilos), os indígenas, comunidades ribeirinhas e pessoas acima de 18 anos com deficiência, abrigadas em residências inclusivas. São cerca de 15 milhões de pessoas para serem vacinadas nesta etapa inicial, com a necessidade de 31 milhões de doses. O drama é que somente 6 milhões foram distribuídas até a metade da semana. A faixa etária onde se concentra a maioria dos idosos, de 60 a 74 anos, deve tomar a vacina na segunda fase. O grupo reúne pouco mais de 22 milhões de cidadãos e cidadãs. Ou seja, como cada um precisa de duas doses, são necessárias em torno de 45 milhões de doses. Na terceira e última etapa serão imunizados aproximadamente 13 milhões de brasileiros, incluindo pessoas com comorbidades e transplantadas. O festival de incompetência da presidência da República e do Ministério da Saúde deixa a situação mais dramática. Atrapalhadas diplomáticas, o show de asneiras protagonizado pelo presidente e a vassalagem do general que desaprendeu o ofício de ser especialista em logística têm dificultado a aquisição de vacinas do exterior e a compra da matéria prima para produzir o imunizante nos institutos de pesquisa no Brasil. Enquanto isso, dezenas de países mundo afora estão vacinando e protegendo suas populações. Questionado pela imprensa quando todos os brasileiros e brasileiras deverão estar vacinados, o Ministério da Saúde informou que provavelmente no segundo trimestre de 2022. Quer dizer, daqui a quase um ano e meio. É claro que só o fato de termos a vacina sendo produzida e aplicada é um avanço sem precedentes. Mas a atuação do Palácio do Planalto é horripilante.