A Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, durou quatro anos e quatro meses. Não foi o conflito mais longo da história nem tampouco aquele que mobilizou o maior número de homens; todavia, até aquela data foi à guerra que destruiu mais vidas humanas e recursos materiais. Basta dizer que foi o primeiro conflito generalizado entre Estados-nações altamente organizados do século XX, capazes de comandar as energias dos seus cidadãos, mobilizarem a capacidade produtiva da indústria pesada e utilizar todos os recursos da tecnologia moderna para a destruição (NASCIMENTO, 2012, p. 13).
Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra ou Guerra das Guerras) foi uma guerra global centrada na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. O conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo, que se organizaram em duas alianças opostas: os Aliados (com base na Tríplice Entente entre Reino Unido, França e Império Russo) e os Impérios Centrais (originalmente Tríplice Aliança entre Império Alemão, Áustria-Hungria e Itália; mas como a Áustria-Hungria tinha tomado a ofensiva contra o acordo, a Itália não entrou na guerra). Estas alianças reorganizaram-se (a Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se em mais nações que entraram na guerra. Em última análise, mais de 70 milhões de militares, incluindo 60 milhões de europeus, foram mobilizados em uma das maiores guerras da história. Mais de 9 milhões de combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas, mas sem melhorias correspondentes em proteção ou mobilidade. Foi o sexto conflito mais mortal na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas. Entre as causas da guerra incluem-se as políticas imperialistas estrangeiras das grandes potências da Europa, como o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira República Francesa e a Itália. Em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista iugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia, foi o gatilho imediato da guerra, o que resultou em um ultimato Habsburgo contra o Reino da Sérvia. Diversas alianças formadas ao longo das décadas anteriores foram invocadas, assim, dentro de algumas semanas, as grandes potências estavam em guerra; através de suas colônias, o conflito logo se espalhou ao redor do planeta. Em 28 de julho, o conflito iniciou-se com a invasão austro-húngaro da Sérvia, seguida pela invasão alemã da Bélgica, Luxemburgo e França, e um ataque russo contra a Alemanha. Depois da marcha alemã em Paris ter levado a um impasse, a Frente Ocidental estabeleceu-se em uma batalha de atrito estático com uma linha de trincheiras que pouco mudou até 1917. Na Frente Oriental, o exército russo lutou com sucesso contra as forças austro-húngaro, mas foi forçado a recuar da Prússia Oriental e da Polônia pelo exército alemão. Frentes de batalha adicionais abriram-se depois que o Império Otomano entrou na guerra em 1914, Itália e Bulgária em 1915 e a Romênia em 1916. O Império Russo entrou em colapso em março de 1917 e a Rússia deixou a guerra após a Revolução de Outubro, mais tarde naquele ano. Depois de uma ofensiva alemã em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados forçaram o recuo dos exércitos alemães em uma série de ofensivas de sucesso e as forças dos Estados Unidos começaram a entrar nas trincheiras. A Alemanha, que teve o seu próprio problema com os revolucionários, neste ponto, concordou com um cessar-fogo em 11 de novembro de 1918, episódio mais tarde conhecido como Dia do Armistício. A guerra terminou com a vitória dos Aliados. Eventos nos conflitos locais eram tão tumultuados quanto nas grandes frentes de batalha, e os participantes tentaram mobilizar a sua mão de obra e recursos econômicos para lutar uma guerra total. Até o final da guerra, quatro grandes potências imperiais — os impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro e Otomano — deixaram de existir. Os Estados sucessores dos dois primeiros perderam uma grande quantidade de seu território, enquanto os dois últimos foram completamente desmontados. O mapa da Europa central foi redesenhado em vários países menores. A Liga das Nações (organização precursora das Nações Unidas) foi formada na esperança de evitar outro conflito dessa magnitude. Há consenso de que o nacionalismo europeu provocado pela guerra, à separação dos impérios, as repercussões da derrota da Alemanha e os problemas com o Tratado de Versalhes foram fatores que contribuíram para o início da Segunda Guerra Mundial (PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL – wikipédia.org. Acessado em: 16/11/2022).
Por este motivo, tornou-se conhecida durante muito tempo como “A Grande Guerra”. Para se compreender os motivos de ter sido uma guerra tão longa e de proporções catastróficas é necessário relembrar alguns aspectos do cenário político e econômico mundial das últimas décadas do século XIX. Na segunda metade do século XIX, a junção entre capitalismo financeiro e industrial proporcionou a integração econômica mundial, favorecendo assim, principalmente, as nações que haviam começado seu processo de industrialização. As nações europeias expandiram significativamente seu território em direção a outros, sobretudo ao Asiático, Africano e à Oceania. A Inglaterra, por exemplo, integrou a grandes países ao seu Império, como a Índia e a Austrália. Todo esse processo é conceitualmente tratado pelos historiadores como Imperialismo e Neocolonialismo. Nesse cenário se desencadearam os principais problemas que culminaram no conflito mundial. Por volta de 1914, havia motivos de sobra para o acirramento das divergências entre os países europeus. Era grande, por exemplo, a insatisfação entre as nações que tinham chegado tarde à partilha da África e da Ásia; a disputa ostensiva por novos mercados e fontes de matérias-primas envolvia muitos governos imperialistas; e as tensões nacionalistas, acumuladas durante décadas, pareciam prestes a explodir. O que estava em jogo eram interesses estratégicos para vencer a eterna competição pela hegemonia na Europa e no mundo. Primeiramente a disputa colonial buscando novos mercados para a venda de seus produtos, os países industrializados entravam em choque pela conquista de colônias na África e na Ásia. A concorrência econômica de cada um dos grandes países industrializados dificultara a expansão econômica do país concorrente. Essa briga econômica foi especialmente intensa entre Inglaterra e Alemanha.
Houve a disputa nacionalista em diversas regiões da Europa surgiram movimentos nacionalistas que pretendiam agrupar sob um mesmo Estado os povos de raízes culturais semelhantes. O nacionalismo exaltado provocava um desejo de expansão territorial. A Primeira Guerra Mundial costuma ser um marco histórico bastante utilizado para estabelecer a transição da realidade herdada do século XIX ao mundo cheio de inovações tecnológicas do século XX. No caso dos conflitos armados pode-se dizer que houve de fato uma mudança radical, com a entrada de novas armas de uma capacidade de aniquilação nunca antes vista. Este artigo trata de uma destas armas, o gás venenoso, que hoje em dia tem seu uso proibido como artefato bélico.
Durante a guerra foram utilizados basicamente três tipos de gases venenosos: o gás lacrimogêneo, o gás cloro e o gás mostarda. A princípio, o exército francês e alemão utilizou o gás lacrimogêneo como arma no front. Ao longo da guerra, o gás lacrimogêneo cedeu lugar ao gás cloro na preferência dos exércitos alemão, francês e inglês. A utilização de gases tóxicos contra os inimigos nos campos de batalha, em especial durante o período da Guerra de Trincheiras, se mostrou de difícil controle, pois muitos desses gases eram fabricados e armazenados em estado líquido, e precisavam se volatilizar durante a sua aplicação. Isso se mostrou uma característica pouco desejável para os exércitos, uma vez que em algumas frentes as temperaturas eram muito baixas, tornando sua aplicação quase impossível. As condições climáticas também dificultavam a aplicação quando a direção do vento mudava ou havia alguma alteração brusca de temperatura, fazendo com que os exércitos provassem do seu próprio veneno.
A Guerra de Trincheiras foi uma nova modalidade de combate surgida na 1ª Guerra Mundial. Neste tipo de combate, colunas de infantaria trabalham em harmonia com o suporte à retaguarda – a engenharia, a artilharia e outras divisões de apoio – todas fracionadas em subgrupos; Batalhões, Companhias e Pelotões. Também foram utilizadas armas de fogo, canhões de artilharias pesadas, ogivas, lança-chamas e também as telecomunicações via rádio nos campos de batalha.
No tocante à participação brasileira na Primeira Guerra Mundial – o único país latino-americano a fazê-lo – pode-se dizer que foi insignificante. Na verdade, as nossas tropas nem chegaram a combater efetivamente. Após a entrada dos Estados Unidos na guerra, em abril de 1917, e o afundamento de alguns navios mercantes brasileiros nas águas próximas à Europa, o país declarou guerra à Alemanha em outubro de 1917(NASCIMENTO, 2012, p. 22). Em termos de custos humanos da guerra, como já dissemos, destaca-se a cifra de 10 milhões de mortos e de aproximadamente 20 milhões de feridos ou mutilados. Esse foi um dos resultados do envolvimento de mais de 30 países no conflito e da convocação de 65 milhões de soldados. Como não poderia deixar de ser, as maiores perdas de vidas humanas se deu entre os países da Europa, particularmente entre as suas grandes potências. O império britânico, por exemplo, perdeu 1 milhão de súditos; os franceses perderam 1,7 milhão de pessoas; o império Austro-Húngaro, 1,5 milhão; o Império Alemão, 2 milhões; os russos também tiveram em torno de 2 milhões de vidas humanas ceifadas. Em 1918 havia 630 mil viúvas de guerra na França, e 5 milhões em toda a Europa (BERTONHA, 2011, p. 123).
A Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) trouxe para a Europa uma grande catástrofe demográfica e econômica, deliberou as potências colonialistas e desgastou seu prestígio. Os Estados Unidos, teoricamente anticolonialista, assumiu o papel de dirigente da economia mundial e pressionaram para que fossem abolidas as barreiras protecionistas criadas pelos impérios coloniais. Dessa forma, A Primeira Guerra Mundial foi acima de tudo, um conflito imperialista originado pela concorrência industrial e comercial entre por um lado a Grã-Bretanha e a França e por outro lado a Alemanha.
Referências bibliográficas:
A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial>. Acesso em: 16 nov. 2022.
BERTONHA, João Fábio. A primeira guerra mundial: o conflito que mudou o mundo (1914-1918). Maringá: Eduem, 2011.
GUERRA DAS TRINCHEIRAS. Disponível em: < https://imagohistoria.blogspot.com/2015/04/a-guerra-de-trincheiras-primeira-guerra.html>. Acesso em: 16 nov. 2022.
FOTO. PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL. Disponível em: < Https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/11/album/1541942101_349984.html#foto_gal_12>. Acesso em: 16 nov. 2022.
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Alexandre de Oliveira, criador e responsável pelo projeto – História em Pauta.