Certamente você já ouviu falar sobre o famoso livro ‘1984’, de George Orwell, seja porque o viu nas prateleiras das livrarias – físicas ou virtuais ou bibliotecas, seja porque já assistiu ao programa televisivo mais famoso do Brasil, cujo roteiro é inspirado nessa obra, o Big Brother Brasil.
Na obra, que pertence ao gênero de romance distópico, o autor retrata o desespero e a desesperança vividos pelos personagens Winston e Julia, decorrentes do caos político e social em Londres/Inglaterra, onde o autoritarismo e o controle excessivo por parte do ‘Grande Irmão’ reduzem a liberdade dos cidadãos a quase zero.
O ‘Grande Irmão’ é o líder mor, comandante de todos, que são obrigados a chamarem entre si de ‘camaradas’, e é o cabeça do partido que comanda aquele país após a revolução. Porém, só se consegue vê-lo através de cartazes pendurados em prédios e muros.
E assim ocorre que, dentro de suas próprias casas, os “camaradas” são observados e têm todos os seus atos e pensamentos detectados por um telemonitor, a partir do qual a polícia do pensamento pode aparecer e simplesmente prender o cidadão por ‘trair’ os ensinamentos do ‘Grande Irmão’ devido ao ‘crimepensar’.
Para tornar mais eficaz e eficiente essa patrulha moral do pensamento, o ‘Grande Irmão’ respaldou a criação de um ministério da verdade, que fiscaliza a tudo e a todos. Dessa forma, qualquer livro, filme, e/ou até pensamento que vá de encontro aos ideais do Grande Irmão implicará na severa punição de seu autor, que inclui até mesmo a tortura, pois existe apenas uma verdade, que é aquela ditada pelo ‘Big Brother’.
Aliás, nesse sentido, há um trecho bem ilustrativo no livro em que Winston é questionado sobre qual é o resultado da soma de 2+2. Winston, na ocasião, responde que o resultado da soma é 4. No entanto, O”Brien, que é um dos comandantes do partido, questiona o personagem: e se o partido disser que o resultado da soma é 5 e não 4? Você deve seguir o partido, e não a verdade da soma! Ora, se o resultado frio de uma simples operação matemática pode ser objeto de manipulação ao bel prazer do ‘Grande Irmão’, o que será das opiniões políticas e ideológicas contrárias ao partido? Serão sumariamente silenciadas e extirpadas do corpo social.
Ainda, o ministério também atua e tem como por função fazer desaparecer a história. Isso mesmo, o órgão “apaga” os fatos passados para que não se crie alternativa futura de uma nova revolução. Inclusive, em alguns momentos do enredo, são revelados fatos ocorridos durante a revolução em Londres que resultou no regime ditatorial do ‘Grande Irmão’.
Longe de ser a resenha mais completa da magnífica obra ‘1984’, este pequeno texto visa instigar você, caro leitor, a refletir sobre a semelhança entre os tempos sombrios vividos por Winston e Julia e a realidade vivenciada hoje em nosso país e mundo. É interessante que a realidade criada pelo autor é justamente aquela vivenciada pelos brasileiros, com algumas poucas diferenças.
Primeiro, porque o ‘crimepensar’, que aparece muitas vezes no livro, também aparece no cenário brasileiro, a ver pelo ‘Inquérito das FakeNews’. Afora isso, quantos jornalistas estão sendo processados criminalmente, presos, perdendo suas redes sociais e sendo silenciados simplesmente por irem contra os poderosos que hoje ocupam o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso Nacional?
Segundo, a fiscalização do pensamento e dos atos das pessoas, que no livro é feita pela polícia do pensamento, no Brasil, é feita pela grande mídia, a mídia militante. Para eles, existe apenas um discurso, um modo de agir, pouco importando a verdade, já que o mais valioso é a narrativa, essa sim tomada como verdade. A ver pelo discurso ‘Lula Inocente’ e ‘Bolsonaro Genocida’. O que tem de verdade em tais afirmações? Lula foi condenado, inclusive pelo STF. Bolsonaro jamais praticou qualquer ato definido pela lei como crime de genocídio. Mas essa narrativa pegou, não é mesmo? Hoje é reproduzida em todos os poderosos veículos de imprensa.
Outro personagem a ser destacado é o ministério da verdade, que diz o que é e o que não é ‘crimepensar’, de acordo com o seu próprio entendimento pessoal. Quanto a esse, vou deixar para vocês fazerem o comparativo. Qual é a instituição aqui no Brasil que desempenha lindamente essa patrulha?
Por fim, mas não menos importante, temos o ‘Grande Irmão’, que pode ser comparado com o que hoje chamamos de ‘Globalismo’, o qual tenta impor aos países pautas fechadas envolvendo saúde, meio ambiente e, é claro, ideologia. É só ver quantas vezes a ONU já determinou que o Brasil adotasse determinados posicionamentos quanto à população LGBT, à população carcerária, às mulheres, aos refugiados, etc., invadindo a soberania do Estado em prol do ‘bem comum’.
Cuidado. O Globalismo tem o papel de unificar a ordem política, e através de suas organizações, deliberar sobre tudo e todos, invadindo a seara de autonomia dos Estados soberanos e de seus cidadãos. É… Parece que o enredo de ‘1984’ está se tornando realidade e precisamos estar atentos, pois a semelhança não é mera coincidência.