Desde o início do mês de janeiro, diversas regiões do Brasil vêm registrando volume intenso de chuvas. Em Maringá, a situação não é diferente. A chuva torrencial que atingiu a cidade esta semana contribuiu para a queda de aproximadamente 30 (trinta) árvores e deixou cerca de 10 mil imóveis sem energia. Além disso, em um curto período de tempo, o volume de água provocou alagamentos em diversos pontos da cidade, transformando o Parque do Ingá num verdadeiro lago, com direito à pista emborrachada surfando sobre a correnteza. Culpar a quem?
Leitor, provavelmente você já esteve dentre os milhares de moradores maringaenses que ficou sem energia elétrica por longos períodos. Se isso não ocorreu em sua residência, certamente ocorreu em seu local de trabalho, estudo ou nas vias públicas pelas quais você transita. Aqui na região central, onde moro, não é preciso nem chover. A energia simplesmente é interrompida, aleatoriamente, causando inúmeros transtornos aos moradores e lojistas do bairro.
A cidade pode ser a melhor do Brasil para se viver, a tão falada cidade planejada, que conta com uma arborização de causar inveja, no bom sentido claro, a qualquer outra cidade menos verde digamos assim. Apesar disso, ainda há trabalho a ser feito e é preciso melhorar, sobretudo nas podas de formação, no plantio de novas mudas, na irrigação e nas podas aéreas. Aliás, seria importante realizar estudos, se já não foi feito, sobre a possibilidade de rede elétrica subterrânea, uma vez que Maringá possui um número elevado de árvores com muita idade, sendo que muitas delas envolvem e entrelaçam fios de energia.
Agora, caro leitor, você precisa saber que o procedimento correto a ser adotado para a poda das árvores, segundo o Plano de Gestão de Arborização Urbana de 2018, deverá ser analisado e autorizado previamente à execução, quando for o caso, pelos técnicos responsáveis da Prefeitura Municipal, devendo o estado fitossanitário da árvore ser prioridade na análise, ficando recomendado indeferimento de solicitações que se sobreponham aos benefícios coletivos da arborização urbana.
O problema é a demora entre a solicitação e a execução da poda, não é mesmo? São permitidos somente os seguintes tipos de poda: poda de formação, condução, limpeza, correção, adequação, levantamento e emergência.
Agora, sempre nos perguntamos: É crime realizar a poda ou o corte de árvore sem autorização? Pior que sim. Conforme regulamentado pelo Decreto Municipal nº 337/2018 e pelo Decreto Federal nº 6514/2008, a realização de poda ou corte de árvores sem autorização ou dispensa de autorização é crime ambiental passível de multa.
O fato é que deve ser melhor resolvida esta situação da arborização (plantio de novas árvores para substituição e podas), da rede elétrica e agora das galerias de passagens d’água, e/ou bueiros para escoamento de água.
Recentemente, recebi o relato de um cidadão maringaense que apresentou, no longínquo ano de 2010, solicitação para poda de uma árvore que estava cedendo e inclinando-se em direção à fachada de sua residência. O requerimento não foi atendido pela Prefeitura e, para a surpresa de ninguém, no final do ano passado, a árvore simplesmente caiu sobre a residência, destruindo a fachada e a área do imóvel. E aí, quem você acha que arcou com o prejuízo?
Sim, o meio ambiente é imprevisível e há muitas situações de caso fortuito e força maior, no entanto, muitos acidentes com quedas de árvores poderiam ser evitados se a prefeitura atendesse, tempestivamente, às solicitações da população para o seu corte. O assunto é urgente e precisa ser resolvido com a firmeza necessária, tendo como prioridade a preservação da vida e do patrimônio do cidadão, e não o título ou status de cidade mais arborizada do Brasil.