Cocamar completa 58 anos superando recordes

O faturamento geral cresceu 52% no exercício 2020 e fechou em R$ 7,049 bilhões – um salto sobre os R$ 4,650 bilhões de 2019

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Ao completar 58 anos de fundação no dia 27 de março, a Cocamar Cooperativa Agroindustrial – uma das principais organizações cooperativistas do país – vive um período virtuoso e com números em alta.

O faturamento geral cresceu 52% no exercício 2020 e fechou em R$ 7,049 bilhões – um salto sobre os R$ 4,650 bilhões de 2019 e praticamente o dobro no comparativo com o montante de cinco anos atrás (2016), de R$ 3,609 bilhões. Com a pandemia, houve uma demanda maior por alimentos e o ano foi de intensa atividade, mas a cooperativa turbinou seus números, também, por conquistar um expressivo aumento de participação de mercado nas regiões onde atua – Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul -, sem contar que o forte investimento em tecnologias realizado pelos produtores nos últimos anos, e as condições climáticas favoráveis, contribuíram para boas safras.

Um importante diferencial da cooperativa está na transparência das relações com os cooperados e na maneira como a produção deles é adquirida. Enquanto a concorrência impõe prazos, na cooperativa o pagamento é feito no ato da venda dos produtos agrícolas, o que demonstra solidez. E, ao final de cada ano, as sobras do exercício retornam para distribuição ao quadro associativo, na medida da participação de cada um, assim como a devolução de conta capital aos que adquirem esse direito por tempo de casa ou idade, e outros benefícios. Em dezembro último foram destinados mais de R$ 103 milhões para tal finalidade, recurso que para muitos ajudou a saldar compromissos e também a movimentar a economia nas pequenas cidades.

O objetivo da cooperativa em 2021 é faturar R$ 8,5 bilhões e o ano começou conforme o planejado, com um recebimento de soja que avança para chegar a 1,850 milhão de toneladas na safra em andamento e bater o recorde da temporada anterior, de 1,697 milhão de toneladas.

São mais de 15,5 mil produtores cooperados – 70% dos quais de pequeno porte, com áreas de até 50 hectares próprios. Além da oleaginosa, eles produzem milho, trigo, café, laranja, mandioca e se dedicam também à pecuária de corte. Para atendê-los, a cooperativa conta com cerca de 90 estruturas de atendimento e, ao todo, uma equipe de 3 mil colaboradores.

COMEMORAÇÃO. Uma das principais organizações cooperativistas do país – vive um período virtuoso e com números em alta. FOTO-DIVULGAÇÃO

Mais que inspiração e transpiração, o crescimento é resultado de muita inovação, conforme avalia o presidente executivo Divanir Higino: “tudo para que cooperativa e cooperado continuem crescendo juntos”. Na visão dele, o crescimento deve ser acelerado – “uma imposição, em especial, às corporações que atuam no concorrido agronegócio” – mas sem deixar de lado a essência cooperativista, a preocupação com as comunidades e o compromisso de contribuir para o desenvolvimento econômico das regiões.

A cooperativa prevê superar outros números em 2021, como o recebimento dos demais produtos e a comercialização de insumos agropecuários. Nesse último item, a previsão é alcançar a marca de R$ 2 bilhões em negócios, o dobro do registrado há cinco anos.

Primeira cooperativa agropecuária do país a adotar o modelo de gestão profissional, ainda em 2014, a Cocamar revisou seu planejamento estratégico no ano passado, programando investir na ampliação de suas instalações operacionais e de armazenagem, bem como aproveitar novas oportunidades na área industrial. A meta é estar faturando ao menos R$ 10,5 bilhões em 2025.

De acordo com o presidente Divanir Higino, “o novo ciclo do planejamento prevê, principalmente, estar cada vez mais próximo dos cooperados e atendê-los, com excelência, em todas as suas demandas”. Uma das estratégias para isso é a implementação do “Jornada do Cooperado”, um programa que visa acompanhar de perto a trajetória do produtor na cooperativa desde a sua admissão até a passagem do bastão ao sucessor.

A inovação ressaltada pelo presidente executivo Divanir Higino está no DNA da Cocamar e, segundo ele, são incontáveis os exemplos de pioneirismo e vanguarda. Um dos mais marcantes foi a ousada construção em Maringá, na segunda metade dos anos 1970, do primeiro complexo industrial de uma cooperativa agropecuária do país. Começou com uma indústria de óleo, inaugurada em 1979, e foi sendo ampliado nas décadas seguintes.

Hoje, em mais de 10 plantas são elaboradas dezenas de produtos prontos para o consumo, que vão para as gôndolas de supermercados, fios têxteis e uma variedade de rações, fertilizantes foliares, madeira tratada e semi-acabados, como farelos e resíduos. Em breve, o parque será acrescido de uma usina de biodiesel e há outros projetos em estudo.

Para que os cooperados se desenvolvam e tenham mais rentabilidade, a cooperativa mantém a tradição de promover ao longo do ano centenas de eventos técnicos nas regiões, destinados à transferência de conhecimentos e tecnologias, com destaque para o Safratec – a inovadora vitrine regional que reúne mais de 100 empresas parceiras e instituições de pesquisa. 

Com a pandemia e a impossibilidade de manter as realizações presenciais, a cooperativa saiu na frente ao organizar iniciativas de acesso online. Em 2020 o Dia de Campo de Inverno Digital e neste início de 2021 o Safratec Digital tiveram mais de 100 mil acessos cada um, enquanto que pelo formato tradicional os dois juntos somariam cerca de 10 mil visitantes.

Ainda nesse contexto, a Cocamar busca motivar os cooperados a aumentarem suas produtividades de forma sustentável e, na safra 2019/20, viu alguns deles superando, enfim, o desafio proposto há alguns anos pela cooperativa, que era atingir a média de 100 sacas de soja por hectare.

Ao mesmo tempo, sempre na vanguarda, a cooperativa preconiza várias outras práticas que têm como foco a sustentabilidade e o fortalecimento econômico, como o consórcio milho de inverno x braquiária e o programa de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), em relação ao qual é protagonista no Brasil.

Entre outros benefícios, a ILPF incorpora pastos degradados em solos arenosos ao moderno processo produtivo de grãos, diversifica as fontes de renda, potencializa a pecuária, mitiga a emissão de gases de efeito estufa e promove bem-estar animal com o conforto térmico trazido pelo plantio de florestas de eucaliptos em espaços intercalares. A Cocamar é signatária do Pacto Global, iniciativa proposta pela Organização das Nações Unidas para encorajar empresas e adotar políticas de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade.

Mais recentemente, para que os cooperados tenham a oportunidade de ampliar sua renda, a Cocamar tem implementado parceria com usinas na região oeste paulista para a reforma de canaviais por meio de cultivo de soja. Nesse modelo promissor que começou em 2019 e já chega a 25 mil hectares, a cooperativa arrenda terras das indústrias e as distribui em lotes a cooperados selecionados, fazendo o gerenciamento do programa, prestando assistência técnica, fornecendo insumos, disponibilizando um seguro e recebendo a produção em suas estruturas locais.

Destaques da semana

PLANTIO MENOR – As estimativas de plantio de sojamilho dos Estados Unidos, divulgadas pelo governo norte-americano, foram menores que as expectativas do mercado: 91,14 milhões de acres (36,885 milhões de hectares) com milho, a maior área desde 2016, mas, abaixo dos 93,208 milhões de acre previstos e 87,6 milhões de acres com soja, uma máxima desde 2018, mas inferior à expectativa de 89,996 milhões de acres. Isso aumentou as preocupações sobre a oferta global de alimentos e de ração animal e fez com que os preços futuros de ambas as commodities subissem de forma acentuada.

ESTOQUES – De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os estoques de soja em 1º de março caíram para o nível mais baixo em cinco anos: 1,564 bilhões de bushels; enquanto os estoques de milho atingiram o menor patamar em sete anos: 7,701 bilhões de bushels, abaixo dos 7,952 bilhões do ano anterior.

EMPREGOS – agropecuária registrou em fevereiro o melhor saldo de empregos para o mês desde 2011: foram 23.055 postos de trabalho formais, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No acumulado no ano, a agropecuária é responsável por 56.041 novas vagas, o que representa 8,5% do total de empregos gerados no período, número 192% maior que o mesmo período de 2020, quando registrou 19.214 postos de trabalho. As atividades que mais contribuíram para o bom resultado foram o cultivo de soja (6.108 vagas), criação de bovinos (4.342), atividades de apoio à agricultura e à pecuária (1.873), cultivo de cana-de-açúcar (1.822) e produção florestal (1.768).

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