Hoje é o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, celebrado em memória às vítimas de um acidente ocorrido em uma mina em Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969. Esta explosão resultou na morte de 78 trabalhadores.
O 28 de abril foi instituido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2003. Neste mês também existe a campanha ‘Abril Verde’ que visa o combate ao acidente de trabalho e defesa da saúde.
Objetivo da campanha
O professor Sandro Lautenschlager, do Departamento de Engenharia Civil e coordenador da Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Estadual de Maringá (UEM) avalia que as ações servem de alerta para as pessoas no ambiente de trabalho e também familiar. “Muitos acidentes ocorrem também no ambiente doméstico, fora das atividades laborais, então a campanha contribui para todos enxergarem os riscos nas atividades que as vezes deixamos de ficar atentos”.
Números de acidentes
No Brasil, a data foi promulgada como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, pela Lei nº 11.121, no ano de 2005. De acordo com a Previdência Social, foram notificados 7.506.055 acidentes de trabalho entre 2011 e 2022. Os homens sofrem mais acidentes, sendo 5.050.836 deste total, enquanto as mulheres são 2.447.812.
Para Lautenschlager os dados inicialmente eram relacionados ao trabalho pesado aonde ainda hoje existe um número maior de homens nesses postos de trabalho, embora a ocupação feminina tenha aumentado. “Nas empresas de transporte, por exemplo, a gente tendo uma incidência grande de motoristas do sexo masculino e a gente acaba tendo esse predomínio do homem nas atividades que tenham probabilidade maior de ter acidente de trabalho, o que acaba repercutindo nos números”.
Mulheres mais atentas do que os homens
O professor lembra que existem estudos comprovando que os homens são menos atentos que as mulheres. “As mulheres normalmente são mais cuidadosas, então nós temos dois fatores: um é a quantidade de homens trabalhando em trabalhos que tenham índices de acidente maior e outro associado das mulheres terem uma atenção maior na questão de segurança. Não podemos dizer que é uma regra porque a gente também vê muitos acidentes com mulheres nas residências ou na área da saúde onde existe a maior incidência de pessoas do sexo feminino”.
Programa tradicional da UEM
O programa de Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da UEM, existe há mais de 30 anos formando e qualificando profissionais e desenvolvendo trabalhos de extensão, pesquisas científicas como as monografias de conclusões orientadas pelos pesquisadores. Esses trabalhos servem para todas as empresas da nossa região e até de outros estados que acabam nos procurando”, comenta Lautenschlager.
O curso já teve inclusive alunos formados na instituição e que hoje desenvolvem trabalhos de Saúde e Segurança do Trabalho por todo o mundo, um dos países é a África do Sul. Além da especialização aqui em Maringá, a UEM também oferece um curso de Especialização em Segurança do Trabalho no Câmpus Regional de Umuarama e ainda, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt), que dá suporte aos servidores da Universidade.