Baseada no livro premiado do autor maringaense Oscar Nakasato, a animação “Meu Avô é um Nihonjin” é um dos selecionados para participar da mostra Work in Progress na Marché du Film 2024 do Festival de Cannes, que acontece neste mês de maio.
A diretora desse longa-metragem, Celia Catunda, viaja até o balneário francês de Cannes, localizado na Côte d’Azur, a Riviera Francesa, para representar a obra (que leva o nome internacional de “My Grandfather is a Nihonjin”) em um dos maiores festivais da categoria.
Segundo o site Animation Magazine, um trecho de 10 minutos do projeto será exibido no showcase especial “Ventana Sur Goes to Cannes” na próxima segunda-feira, 20 de maio, no Palais K, às 10h. Antes da exibição, Catunda apresentará o filme com uma breve explicação sobre o que a sua produtora Pinguim Content (de animações como “O Show da Luna!” e “Peixonauta”) busca com o projeto.
A diretora também estará no Marché du Film desde a sua inauguração, em 14 de maio, até 20 de maio, para se encontrar com distribuidores, agentes de vendas e outras partes interessadas para falar mais sobre o filme, que deverá ser concluído no final de 2024 em 80 minutos de duração, com data de lançamento na primavera de 2025. A animação também participou da Seção Work in Progress do Ventana Sur, o mercado de conteúdo audiovisual mais importante da América Latina.
O longa brasileiro não tem participação do escritor e é bastante livre, inclusive com um título diferente do romance, que se chama “Nihonjin” e ganhou o Jabuti de 2012, que é o prêmio mais tradicional do mercado de livros no Brasil.
No audiovisual, “Meu avô é um Nihonjin”, escrito por Rita Catunda, traz uma visão ampla sobre temas de imigração, laços familiares, assimilação e preservação de fatias de nossas respectivas culturas.
A animação conta a história de Noboru, um menino de 10 anos, que descobre o passado de seu avô Hideo e a imigração japonesa para o Brasil. Tendo vivido toda a sua vida como um garoto brasileiro, Noboru luta para compreender a personalidade de seu avô, bem como sua própria identidade cultural.
Ao longo do filme, Hideo apresenta a Noboru o Brasil como ele o vivenciou, finalmente se conectando com seu neto.
Com uso de animação 2D, o longa-metragem incorpora a cultura japonesa e aborda temas como imigração, laços familiares, assimilação, preservação e choque cultural.
Festival
Um dos eventos de cinema mais prestigiados do mundo, o Festival de Cannes 2024 começou nesta terça-feira, 14, e acontece até 25 de maio, com alguns dos lançamentos mais aguardados do ano, incluindo “Furiosa: Uma Saga Mad Max” e “Megalopolis”, novo filme de Francis Ford Coppola.
O Brasil também marca presença novamente nesta 77ª edição de Cannes, caso de “Motel Destino”, de Karim Aïnouz, que concorre à Palma de Ouro; “Baby”, de Marcelo Caetano, programado para ser exibido na Semana da Crítica; “A Menina e o Pote”, de Valentina Homem, também na Semana da Crítica; “Amarela”, curta-metragem de André Hayato Saito, que será exibido na mostra competitiva de curtas; “A Queda do Céu”, documentário dirigido por Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha, na mostra Quinzena dos Realizadores; e a cópia restaurada de “Bye Bye Brasil” (1970), dirigido por Carlos Diegues, exibida na mostra Cannes Classics.
Autor
Professor do campus de Apucarana da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Utfpr) e formado em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (1988), Oscar Nakasato estreou na literatura com “Nihonjin”, vencendo o 1º Prêmio Benvirá de Literatura, do qual participaram 1.932 concorrentes de todo o Brasil com obras inéditas. O narrador de “Nihonjin”, neto do protagonista e filho de Sumie, empresta voz e visão contemporânea à transformação do avô e do seu sonho de voltar rico para casa.