Eles já foram Level 11 e Virginia Room. Hoje é simplesmente Virginia. Vivem agora uma fase focada apenas na originalidade e com outra pegada. Assim é a banda maringaense formada por Yago (voz), Carlos (voz e guitarra), Vinicius (guitarra), Rafael (bateria) e Gabriel (baixo).
Eles ficaram em 2º lugar no 1º Festival de Bandas Autorais de Maringá e Região, promovido em 2024 pela Associação Cultural Rock do Paraná (ACRP), presidida por Ronaldo Marques.
O ano também marcou o lançamento do EP “Virginia”, que é composto pelas canções “Pílula das dores”, “Virginia”, “Oceano”, “Quando não está” e “Olhos na escuridão”. “A gente tentou trazer nessas cinco faixas o que hoje a gente sabe que representa a banda”, diz Yago, em entrevista na série especial do jornal O Maringá.
O material, já disponível nas plataformas digitais, é feito com músicas inéditas da banda e nova roupagem para “Olhos na escuridão”, que é da época em que a Virginia se chamava Level 11. Aliás, o quinteto tem na gaveta pelos menos 35 músicas em estado bruto.
“Agora a gente está com uma pegada diferente. E essa pegada que a gente vem tentando colocar dentro das músicas novas e das antigas também”, explica o vocalista.
Nesse processo de composição, o guitarrista Carlos é o grande responsável por construir as faixas do repertório autoral da Virginia. Não à toa, ele é apelidado de “cabuloso”. “Ele tem um talento genuíno para a criação de músicas. Absurdo”, diz o baterista.
Eventualmente, o quinteto se reunia na casa do vocalista e o EP foi sendo feito. Mas com prazo para ser lançado em 2024, o que foi cumprido. Quando a banda começou em 2009, com outro nome, ocorreu o lançamento de material, porém sem regularidade; o foco era nos shows. Após uma longa pausa, a Virginia voltou em 2022 compromissada em apresentar registro fonográfico.
Clipe
A faixa “Quando não está” (Carlos Pessin) ganhou um videoclipe com direção de Yago, edição de Carlos, câmera de Natalia Báez, fotografia de Carol Sagrillo e estúdio da Acquaphoria Records.
Basicamente, esse audiovisual tem takes da banda tocando ao vivo no estúdio, em meio a imagens do “making of”, ou seja, dos integrantes chegando ao local, ensaios, conversas, enfim, o ambiente de trabalho e convivência deles.
O clipe também serviu como vídeo de inscrição no Lollapalooza, um dos principais festivais de música do mundo. “O Yago trouxe a ideia. Ficou sabendo que ia ter uma votação. Mas a gente não tinha muito material, a não ser as músicas”, conta o baterista, dizendo que eles tinham que promover a imagem da banda.
Nisso, o vocalista sugeriu os nomes de Natalia e Carol para fazerem a captação, produzindo um vídeo mais simples que foi feito de maneira rápida. “A gente participou de um concurso para o Lollapalooza. Tentar conseguir a abertura de um dos palcos”, complementa Yago.
Festival
Na nova fase da banda, a Virginia tem colhido frutos. Ficou em 2º lugar no 1º Festival de Bandas Autorais de Maringá e Região, que rolou em abril deste ano no Teatro Reviver Magó.
“Foi uma participação muito bacana. Da gente poder colocar a nossa música”, avalia o vocalista, lamentando apenas que o guitarrista Vinicius não chegou a tempo, pois a participação foi antecipada.
Além de tocar e apresentar seu som, a Virginia pôde também conhecer outras bandas. “Eu me surpreendi bastante com a quantidade de banda autoral em Maringá”, diz Rafael, destacando que o quinteto bateu o martelo em 2022 para tocar apenas música autoral, abandonando o período de trabalho cover. “Só que a gente não sabia que o cenário maringaense era tão rico”, impressionado com o nível e o volume de 19 bandas originais da Cidade Canção.
“Maringá tem um potencial gigantesco para mais festivais, para mais bandas aparecerem”, complementa o baterista, alertando que, com isso, podem sair projetos fortes da região e de Maringá, tornando-a uma cidade do rock and roll.
Som autoral
Mas os dois integrantes da Virginia têm consciência de que fazer som próprio ainda é foco de resistência no cenário maringaense, que dispõe de poucos espaços abertos à originalidade. É porque a cidade tem uma forte cultura de música cover, de tocar o repertório consagrado de artistas nacionais e internacionais, na avaliação da dupla. No entanto, eles citaram o Porão Bar como exemplo hoje de local cativo para bandas autorais.
“Querendo ou não, a casa de show também é um negócio”, contemporiza Yago, explicando que se necessita de público para a noite acontecer. “O principal ponto é o público, que vem muito atrás do cover, do som conhecido”, valorizando ainda mais o festival da ACRP, que possibilitou às bandas saíram da garagem e mostrarem sua existência à plateia.
Sonoridade
Após mudanças, pausa e um EP, hoje a Virginia está em outro nível e classifica sua sonoridade como um hardcore melódico. Em outras palavras, a banda mantém sua essência hard, mas com pitadas mais melódicas para ampliar seu público.
Série
A série com as bandas que participaram do festival promovido pela Associação Cultural Rock do Paraná (ACRP) tem versão em vídeo, disponível no canal de O Maringá no YouTube.
O primeiro episódio está no ar com a Motores Ácidos. Logo em seguida, chega a gravação com a Virginia.
Serviço
Para escutar e conhecer mais o trabalho da banda Virginia, acesse seu perfil no Instagram (@virginiarockoficial) e TikTok (@virginiarockoficial). E visite seu canal no YouTube (@virginiarockoficial).
O EP “Virginia” está disponível nos serviços de streaming de áudio (Spotify, Deezer etc.).