Festival Pé Vermelho de Poesia apresenta produção diversificada de dez poetas

Organizado pelo Coletivo Pé Vermelho, via Prêmio Aniceto Matti, evento de poesia ocorreu neste domingo, 28 de maio, na Coletiva Mostra Multicultural da Cidade Canção. A tarde foi de performances, exposição, interação, pílulas e zines

WhatsApp Image 2023 05 28 at 23.09.56

Público pôde conhecer os zines expostos (Crédito: Cristiano Martinez/O Maringá)

Clique aqui e receba notícias pelo WhatsApp

Clique aqui e receba as principais notícias do dia

Da terra vermelha que, no passado, brotou o café e as cidades, hoje viceja uma poesia visceral, viva e verdadeira. Urbana. Uma voz, diversas falas. Palavras. Numa palavra: Slam.

Os campeonatos de poesia falada organizados pelo Coletivo Pé Vermelho têm tingido a paisagem de aço, concreto e verde de Maringá com versos ao mesmo tempo fortes e sensíveis.

Neste domingo, 28 de maio, o projeto ganhou novas cores graças à realização do 1º Festival Pé Vermelho de Poesia, viabilizado pelo Prêmio Aniceto Matti, na Coletiva Mostra Multicultural da Cidade Canção.

O público conheceu o trabalho dos poetas Alexandra Ruan, Bolinha Podre, Devequi, Evillin, Gi Gasino, Gui Fioratti, Franciely Contrigiani, Nati Vieira, Pedro Covre e Suélen Dominguês. Todos participaram anteriormente de um período de Residência Poética promovido pelo Coletivo.

Assim, os autores e autoras puderam mostrar o que aprenderam nas oficinas, com performances ao vivo, distribuição de produtos (zines e pílulas poéticas, por exemplo) e interação público-fazedores. Além do tradicional microfone aberto e slam.

“A gente vem no caminho do slam. E agora promoveu um super evento em que a poesia está em diferentes materialidades, em diferentes formatos”, diz a produtora cultural e professora de literatura Érica Paiva Rosa, uma das coordenadoras do Festival, em entrevista ao jornal O Maringá.

Ela explica que, com o Festival, a poesia não está somente na oralidade, típica do slam – o Poetry Slam (em português, “batalha de poesia”). A expressão vem em pílulas poéticas (poemas curtos), painel na parede, poesia falada, performática, corpos em movimento, uso de músicas e objetos. Enfim, recursos que não são habituais nas edições mensais do campeonato de poesia falada. “É um evento inovador, para nós e para os poetas”, referindo-se à ação deste domingo na Coletiva.

Crédito: Cristiano Martinez/O Maringá

Residência
Na etapa anterior do projeto, os dez poetas do Festival Pé Vermelho de Poesia participaram da Residência Poética, em meio a oficinas de curtinhas, pocket zines, corpo e voz, poesia visual e jogos teatrais.

Segundo Rosa, esse período foi fértil e permitiu aos poetas conhecerem técnicas diversas para construção de produtos poéticos e trocar ideias. Além de serem instigados a escreverem poemas novos.

“Ela [Residência Poética] foi essencial para que a gente tivesse todos os produtos hoje [domingo] para entregar ao público. E eu sinto que os poetas amadureceram muito, entenderam também que a literatura é uma ferramenta de trabalho, também é uma profissão”, diz Rosa, acrescentando que a expectativa é de que os poetas passem a comercializar sua produção e de que as pessoas entendam que a arte é um trabalho, uma renda. “O artista também tem conta para pagar”.

Integrante do Coletivo e escritora, Ana Favorin ministrou a oficina de zines, um tipo de produção artesanal e independente. Inclusive, dez obras originais estavam expostas durante o Festival, sendo que os poetas também distribuíram cópias ao público.

“A proposta da oficina é de que cada poeta se conhecesse e entendesse o que eles escrevem”, diz Favorin ao Maringá, destacando que esse conhecimento poético ficou impresso em cada zine.

A oficineira explica que alguns dos participantes tinham experiência em produção de zine, pois já participavam do Coletivo. Mas os estreantes também se interessaram pelo formato, apresentando material impressionante, como é o caso de Pedro Covre.

“A gente espera que esses poetas continuem caminhando com a gente, como Coletivo”, avalia Favorin, acrescentando que aguarda uma produção futura deles/delas em formato de zines e livros tradicionais, contribuindo para a cena na Cidade Canção.

Público acompanhou as performances (Crédito: Cristiano Martinez/O Maringá)

Cenário
O Coletivo Pé Vermelho atua na cena cultural de Maringá há cinco anos. E agora acrescentou ao trabalho o Festival Pé Vermelho de Poesia.

Érica Paiva Rosa acredita que o cenário literário maringaense está diferente, pois as pessoas entendem que o poema não é para ficar dentro da gaveta e que há pessoas consumidoras desse material. “Espero que os poetas saiam daqui e façam diversas outras produções com os conhecimentos que eles adquiriram nas formações, que eles criem outros produtos”.

Crédito: Cristiano Martinez/O Maringá

Mais

Para conhecer a história de dois poetas, acesse: ‘Foi bastante enriquecedor e eu não sou mais a mesma’, diz poeta do Festival Pé Vermelho de Poesia

Clique aqui e receba notícias pelo WhatsApp

Clique aqui e receba as principais notícias do dia

Sair da versão mobile