Filme paranaense gravado com celular bate marca de 42 mil visualizações em 11 dias

O Maringá

Cena de "Carnaval Sangrento" com o famoso assassino (Crédito: Reprodução)

De fã para fã. Assim pode ser definido “Carnaval Sangrento”, um média-metragem de ficção feito no Paraná que se tornou hit no streaming.

Com direção e roteiro de Renan Cordeiro, essa produção ultrapassou a marca de 42 mil visualizações no YouTube no período de apenas 11 dias. A versão completa de 43 minutos foi lançada em 9 de fevereiro nessa famosa plataforma de vídeos. Aliás, o acesso é gratuito para assistir a “Carnaval Sangrento”, que pegou carona no período carnavalesco.

Mas o mais incrível é que se trata de um “fan film”, ou seja, um filme produzido por fãs. Neste caso, admiradores da franquia “Pânico” (“Scream”, no original), criada por Kevin Williamson (de “Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado”) em 1996 quando saiu o primeiro longa-metragem (hoje são seis títulos). A direção do primeiro exemplar é de Wes Craven, de “A Hora do Pesadelo”, clássico oitentista.

Há quase 30 anos, esse tipo de produção renovou o gênero do terror no cinema ao trabalhar com elementos metalinguísticos no “slasher” (subgênero de filmes quase sempre envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente) e satirizar velhos clichês narrativos. “Pânico” marcou também pela criação do assassino Ghostface, cuja máscara se tornou referência gráfica e cultural.

Tudo se passa na fictícia cidade norte-americana de Woodsboro, na Califórnia. Mas a franquia tomou novos rumos e cidades na sequência de longas. E agora chegou a Curitiba, em projeto inspirado nos personagens escritos por Kevin Williamson; e “sem nenhum vínculo a Paramount Pictures, Spyglass Media Group, Dimension Films ou quaisquer outros detentores dos direitos da franquia ‘Scream’”, como vem nos créditos.

Assim, “Carnaval Sangrento” se passa na Capital do Paraná, com locações em um conhecido bar do município e uma casa antiga, durante a folia carnavalesca, claro. Em resumo, o enredo é sobre um segredo que assombra o grupo de jovens que precisa sobreviver a esta noite de Carnaval. Alguém sabe de algo que não deveria, e vai transformar o que seria uma festa, em um massacre.

Set de “Carnaval Sangrento” (Crédito: Reprodução)

Todo feito no celular
Sem patrocínios e fins lucrativos, segundo o próprio projeto, o média-metragem foi gravado todo com celular. O resultado é incrível, pois a qualidade de imagem e a captação de som estão acima da média em um “fan film” tradicional. Inclusive, a direção é bastante competente, revelando conhecimento de enquadramentos e narrativa cinematográfica.

Do elenco formado por Pedrita Penna, Belle Mattos, Renan Morales, Anna Carolina, Vinicius Leduc, Angela Scholz, Nykolas Reded e Matheus Majchrovicz, destaque para a atuação de Jonny Lopes, que tem a missão mais difícil ao encarnar o protagonista da ação. O ator teve de se desdobrar para dar conta da complexidade de seu papel, mesmo em um “slasher movie”.

Aliás, “Carnaval Sangrento” segue a cartilha da metalinguagem de “Pânico”, mas com muito sangue, surpresas e a presença inconfundível de Ghostface, que é “protegido por registros de direitos autorais mundial e é propriedade exclusiva da Fun World Div., Easter Unlimited Inc. Todos os direitos reservados. Ghostface é uma marca registrada da Fun World Div., Easter Unlimited Inc. Todos os direitos reservados”. É uma figura que aparece até de maneira mais prosaica, integrado ao espírito carnavalesco.

Diretor e o Ghostface “paranaense” (Crédito: Reprodução)

Produção
O média-metragem de Renan Cordeiro começou a ser produzido em 2023, quando saíram as primeiras notícias oficiais do projeto em seu perfil no Instagram (@carnavalsangrento). A princípio, seria um curta, mas depois virou formato de maior duração.

Logo no início do trabalho, o diretor admitiu que é conhecido pelo seu amor a filmes de terror, com predileção por “Pânico”. “‘Scream’ me acompanha desde que me conheço por gente. Assim como milhares de fãs, cresci com esses filmes”, escreveu em post.

E agora, “Carnaval Sangrento” levou a clássica trama da franquia para o Brasil. “É um projeto todo feito por fãs para fãs”, resume o cineasta.

Comunidade de fãs no Brasil
Não é apenas a turma paranaense que gosta de “Pânico” no Brasil. Nas redes sociais, uma página é dedicada ao assunto no perfil @screammoviesbrasil

São 17,3 mil seguidores, fãs brasileiros que publicam, comentam e curtem tudo que é relacionado com a série de seis filmes que pode ganhar mais um capítulo.

Pôster oficial do filme rodado no Paraná (Crédito: Reprodução)

Serviço
A produção paranaense “Carnaval Sangrento” está disponível para assistir com acesso livre em seu canal no YouTube.

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