A temporada de premiações literárias ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira, 27 de novembro, com a divulgação dos vencedores da 16ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura, o maior do Brasil em premiação individual para o gênero.
Na categoria “Melhor Romance do Ano de 2022”, Mariana Salomão Carrara venceu com “Não fossem as sílabas do sábado” (Todavia); já em “Melhor Romance de Estreia do Ano de 2022”, Alexandre Alliatti, com “Tinta branca” (Patuá).
Os nomes foram anunciados em uma cerimônia na Biblioteca Parque Villa-Lobos, na capital paulista. Cada ganhador receberá o prêmio de R$ 200 mil.
O livro de Carrara é “um romance sensível e brutal sobre luto, maternidade e as possibilidades de um recomeço”, como define a Todavia. Confira a descrição: uma tragédia acaba com uma família, um amor, uma história. Mas outra história também pode começar nela. Um absurdo acidente tem a possibilidade de unir as mulheres que restaram dele, num duro e ao mesmo tempo terno embate de isolamentos. Depois da morte de André, o lar de Ana fica dolorido. Sem o marido, ela passa a gestar a filha órfã e a lidar com Francisca, a babá que intervém com seus tentáculos de ajuda, e também Madalena, a vizinha, viúva do outro homem envolvido no absurdo acidente que vitimou André. Neste romance, com sua narrativa íntima que assombra pela concretude, a autora se consolida como uma das vozes mais urgentes da literatura brasileira de hoje.
A escritora nasceu em 1986, em São Paulo. É autora de “Fadas e copos no canto da casa”, “Se deus me chamar não vou” (finalista do Jabuti 2020) e “É sempre a hora da nossa morte amém”.
E a sinopse de “Tinta branca”: em um domingo de festa, moradores torturam um jovem imigrante na praça central de uma pequena cidade do interior gaúcho. O professor de História de uma escola local se vê diretamente envolvido no episódio enquanto também ajuda um homem recém-chegado a entender suas origens. O cruzamento de dois episódios, no passado e no presente, levará o narrador a repensar sua relação com a comunidade, a família e o amor – e a entender que a verdade, mesmo aquela mais íntima, também pode ser forjada por esquecimentos, por memórias apagadas.
Alliatti nasceu em Curitiba (PR), em 1982, e foi criado em Canoas (RS). É formado em Jornalismo pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), onde também cursou Letras. Morou no Rio de Janeiro e atualmente vive em São Paulo, onde trabalha como jornalista. É pós-graduado pelo Instituto Vera Cruz no curso de Formação de Escritores.
Recorde
Neste ano a premiação alcançou a marca recorde de 453 propostas de inscrições, comparado ao ano anterior, quando houve 317.
Dentre as propostas apresentadas 327 inscrições foram habilitadas, sendo 136 na categoria “Melhor Romance de 2022” e 191 na categoria “Melhor Romance de Estreia de 2022”, de diversas regiões do Brasil e outros países, tais como: Alemanha, Angola, Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Israel, Itália, Portugal, Rússia e Suíça.
Os finalistas são avaliados pelo júri do Prêmio composto por: Carlos Rogério Duarte Barreiros, Cida Saldanha, Claudia Abeling, Gênese Andrade, Ieda Lebensztayn, Jeferson Tenório, Karina Menegaldo, Luciana Araujo Marques, Luiz Rebinski e Whaner Endo.
O Prêmio São Paulo de Literatura é organizado pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas.